A produção nacional de cloro registrou acréscimo de 10,3% no primeiro trimestre deste ano, ante o mesmo período do ano passado, segundo informou hoje a Associação Brasileira da Indústria de Álcalis, Cloro e Derivados (Abiclor). "Este crescimento reflete a retomada da atividade econômica em todos os setores da economia", destacou o novo presidente da instituição, Anibal do Vale - para o biênio 2010/12 - lembrando que o cloro é matéria prima para praticamente todos os segmentos industriais.
O consumo setorial (o total das vendas somado à utilização do produto dentro das próprias empresas) também registrou alta de 10,3% no período. Os segmentos de maior destaque foram: indústria química e petroquímica (24,3%) e tratamento de água (10%).
Na mesma base de comparação, o consumo aparente avançou 9,9% e o nível de utilização da capacidade instalada passou de 82,4% de janeiro a março de 2009, para 90,9% em 2010. As importações do produto recuaram 46,4% no trimestre.
Para o ano, segundo Vale, a previsão de crescimento da produção de cloro está entre 6% e 7%. "A estimativa é que este número caia, se comparado ao acréscimo verificado neste primeiro trimestre, pois, ao longo do ano, a base de comparação também fica mais elevada. Mas crescimento entre 6% e 7% já seria um ótimo resultado para o ano", completou.
O presidente da instituição considerou ainda que as perspectivas são positivas. "Temos aí uma série de oportunidades, com destaque para a retomada do crédito, o momento psicológico bastante positivo, aposta de alta do PIB entre 6% e 7% para este ano, a retomada dos investimentos, a recuperação no preço das commodities e, por fim, a Copa do Mundo e as Olimpíadas".
Ele ponderou, entretanto, que "há pontos de atenção". "O agravamento da crise na Europa nos preocupa, principalmente em relação à indústria de alumínio e papel e celulose, consumidores importantes para nós. Além disso, a concorrência de produtos importados com estrutura de custo não equivalente ao nosso é um problema, assim como os custos logísticos e os gastos com energia."
"Enquanto temos capacidade de produção de 1,5 milhão de toneladas de cloro por ano, a China tem capacidade para produzir 25 milhões de toneladas e em condições totalmente diferentes de custo. Estamos fazendo nossa parte para nos mantermos competitivos, mas isso não depende só de nós. Precisamos de ajuda do governo", disse. E acrescentou: "Trabalhamos para reduzir a cada ano o consumo de energia, que representa 45% dos nossos gastos. Vale lembrar que 50% do valor pago corresponde a encargos e impostos. Se o Brasil não tomar cuidado, as indústria que dependem fortemente da energia elétrica deixaram de ser competitivas ao longo do tempo".
Vale destacou ainda que a utilização da capacidade instalada marcando quase 91% não é preocupante. "Podemos chegar aos 96% sem problema algum. Além disso, se for preciso aumentar a capacidade é só ter dinheiro."
Veículo: Investimentos e Notícias