Suíça Barry Callebaut abre fábrica em MG

Leia em 3min

A unidade brasileira da maior produtora de chocolates do mundo foi inaugurada em Extrema; empresa quer investir no segmento 'gourmet'

 

A suíça Barry Callebaut, maior fabricante de chocolates do mundo, inaugurou ontem sua fábrica em Extrema (MG), apostando no crescimento do mercado "gourmet" para o produto no Brasil. Oitenta por cento do que a nova unidade produzir será destinado a padarias, restaurantes, bufês e lojas especializadas. O quilo do produto que sairá da linha de produção mineira deverá custar R$ 18.

 

A primeira linha de produção de chocolate acabado da Barry Callebaut no País ? a empresa já mantém uma beneficiadora de cacau em Ilhéus, na Bahia ? poderá inicialmente produzir 20 mil toneladas de chocolate por ano. O que não for absorvido pelo mercado premium será vendido diretamente às indústrias, em forma líquida. Entre os potenciais clientes da Barry Callebaut neste segmento estão a Bauducco e a Kopenhagen, que também têm fábricas em Extrema.

 

De acordo com o diretor da Barry Callebaut Brasil, Bertrand Remy, o galpão industrial que a empresa construiu com investimentos de R$ 28 milhões permite, porém, que a produção seja multiplicada por quatro.

 

A operação da companhia no Brasil faz parte da estratégia de crescer em nações emergentes, iniciada há sete anos na Ásia. Hoje, 17% da receita anual de R$ 7,9 bilhões da empresa no mundo já vêm desses novos mercados. O restante está concentrado na Europa e na América do Norte.

 

Segundo executivos, o Brasil é o ponto de partida para a abertura do mercado de chocolates especiais na América Latina. A operação, entretanto, começa pequena: as 20 mil toneladas que sairão das linhas de produção de Extrema representam menos de 2% da capacidade total de produção da Barry Callebaut, estimada em 1,2 milhão de toneladas.

 

A opção de iniciar a atuação no Brasil pelo segmento de chocolates premium contrasta com a estratégia global da companhia. A maior parte do faturamento mundial da empresa (55%) vem do fornecimento de chocolate a grandes fabricantes. Em seguida vêm o fornecimento ao mercado gourmet (27%) e a venda direta ao consumidor (18%).

 

Bom gosto. Para medir o paladar do mercado de chocolates finos no País, a Barry Callebaut fez testes cegos ? segundo Remy, os resultados mostraram que era possível oferecer no País um produto "menos doce" do que o geralmente associado ao gosto nacional. A aproximação com o setor de chocolate de alto padrão continuará com a criação de um laboratório da marca, provavelmente a ser aberto em São Paulo, onde também fica o escritório de vendas da Barry Callebaut no Brasil. Ali, chefs e apreciadores do produto poderão testar receitas e fazer cursos.

 

Bertrand Remy diz que o mercado gourmet para o chocolate brasileiro não é desprezível. "O País tem mais de 55 mil padarias", destaca. A Barry Callebaut vai distribuir o produto em 25 mil pontos de venda por meio de parceria exclusiva com Bunge.

 

Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates (Abicab), Getúlio Ursulino Netto, o consumo de chocolates especiais cresce à medida que a renda do País aumenta. Mas esse processo não é necessariamente rápido: hoje, o chocolate ao leite e os bombons são 76% do consumo do produto no País. O chocolate amargo, associado a produtos "gourmet", representa 8% das vendas.

 


Veículo: O Estado de S.Paulo


Veja também

Diversificação garante ganho de shoppings com aluguel

A receita com aluguel das administradoras de shopping centers no Brasil tem avançado bem acima da inflaç&a...

Veja mais
Resultados milionários no programa da Whirlpool

A Whirlpool, dona das marcas Brastemp e Consul, fez as contas: os projetos desenvolvidos nos últimos três a...

Veja mais
Garoto vai produzir barras de cereais

A Garoto está entrando no promissor mercado de barra de cereais, categoria que movimentou R$ 230 milhões e...

Veja mais
Ministro argentino reitera a inexistência de barreiras ao Brasil

O ministro do Interior da Argentina, Florencio Randazzo, reconheceu que existe "uma briga de interesses" comerciais entr...

Veja mais
Procter & Gamble investe no Ironman

A Procter & Gamble decidiu patrocinar o Ironman 2010, prova de triatlo que acontece neste final de semana na praia d...

Veja mais
Fim de estoques com IPI reduzido derruba vendas da linha branca

Além da volta do imposto, vendas de TVs por causa da Copa ajudaram a reduzir a procura por eletrodoméstico...

Veja mais
A Nike vira o jogo

Por muitos anos, a maior empresa de artigos esportivos do mundo ficou estigmatizada pelo escândalo do trabalho inf...

Veja mais
Aeroporto de Manaus armazena excesso de cargas a céu aberto

Prejuízo das fábricas da zona franca com o atraso das mercadorias passa de US$ 70 milhões em quase ...

Veja mais
Acordo do algodão com os Estados Unidos está em risco

Negociações 'azedaram', porque americanos evitam reduzir subsídios para os produtores   O ac...

Veja mais