A movimentação do comércio paulistano em maio se traduz na melhor performance de vendas à prazo do setor desde a eclosão da crise econômica mundial em 2008. De acordo com os indicadores do Instituto de Economia Gastão Vidigal (IEGV), da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), as vendas do mês passado a crédito avançaram 15,7% ante igual período de 2009, se aproximando dos 16,6% registrados em setembro de 2008, o melhor resultado da série desde que os problemas econômicos começaram em 2008.
"Os indicadores de maio elevam o nível de confiança na economia. Eles asseguram um otimismo crescente", afirmou o presidente da ACSP e da Federação das Associais Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), Alencar Burti.
O economista do IEGV, Emilio Alfieri, explica que o desempenho de maio está favorecido pela base fraca do período anterior, impactada pelos efeitos da crise sobre a oferta de crédito. O recuo nas vendas só começou a ser revertido a partir do segundo semestre do ano passado. Mas a performance também reflete o movimento de compra do Dia das Mães e a proximidade da Copa do Mundo. "O evento promove aumento nas vendas da chamada linha marrom, com produtos como televisores, DVDs, vídeos e TV digital móvel com aparelho celular."
Na comparação com o mês anterior (veja quadro), a performance das vendas à prazo em maio reflete a força maior do Dia das Mães sobre as compras, na comparação com os apelos da Páscoa, e o fato do mês ter um dia a mais que abril. "É um comportamento histórico, mas em 2010, com a proximidade da Copa, as compras não arrefeceram depois do Dia das Mães. O mercado de duráveis se manteve aquecido durante todo o mês de maio", detalhou Alfieri.
As vendas de bens de menores valores, com pagamento à vista, também apresentaram crescimento em maio, aponta o SCPC Cheque, indicador dessas transações. A performance, analisa Alfieri, foi impulsionada especialmente pelo aumento da massa salarial. Na comparação com maio de 2009, o crescimento foi de 6,8%. O avanço de 17,5% em relação ao mês anterior foi motivado especialmente pela venda de produtos associados ao mundial de futebol.
Os indicadores do instituto sobre inadimplência também ratificam o otimismo de Burti. Em maio deste ano houve recuo no total de registros recebidos e crescimento no de registros cancelados.
Veículo: Diário do Comércio - SP