Na esteira do crescimento do setor alimentício no país, embalada pela demanda do emergente público consumidor das classes C, D e E (com rendimento familiar inferior a quatro salários mínimos), que representam 65% dos lares brasileiros e movimentam R$ 512 bilhões por ano, a Nazinha Produtos Alimentícios Ltda, instalada no bairro Candelária, na região de Venda Nova, em Belo Horizonte, estima manter a curva de alta nos negócios neste ano.
Se confirmada as expectativas, a Nazinha, especializada na fabricação e venda de biscoitos, deverá crescer, no mínimo, 20% neste ano no confronto com 2009, quando o faturamento foi 8% superior ao registrado em 2008. Para alcançar a meta, a empresa vai investir cerca de R$ 1 milhão (capital próprio) na reestruturação do parque fabril, lançamento de produtos e na automatização da planta.
Diante da forte demanda do mercado, motivada pela alta no consumo das famílias brasileiras, a diretora-executiva da Nazinha, Viviane Moutim Duarte, revelou que, inicialmente, a produção será ampliada em 10% nos próximos meses. No momento, disse ela, são fabricadas 60 toneladas/mês de sequilhos e 40 toneladas/mês de biscoitos de polvilho. Hoje, a planta opera com 30% de ociosidade.
"Além de aumentar a capacidade de produção, vamos ampliar a linha de produtos, atualmente com 20 itens. No decorrer do exercício, faremos muitos lançamentos. A estimativa é fechar o ano com 40 opções no mix", observou.
Novos mercados - Após um forte trabalho de análise de mercado nos últimos meses, a Nazinha vai prospectar clientes no Nordeste. De acordo com a diretora, aquela região é a "menina dos olhos do Brasil" que, apesar de ter menor poder aquisitivo, cresce acima da média do país.
Segundo Viviane Duarte, a linha de sequilhos é o carro-chefe da Nazinha, responsável por 60% da receita anual. Ela explicou que as classes C e D absorvem 60% do total produzido.
O número de empregados da Nazinha também deverá acompanhar o crescimento dos negócios da empresa. Atualmente, entre diretos e indiretos, são gerados 200 postos de trabalho. Porém, disse ela, se realmente a empresa "entrar" no mercado nordestino, a expectativa é de que haja um incremento de 10% no quadro de pessoal, o que totalizará 220 colaboradores.
Na avaliação de Viviane Duarte, o principal gargalo para o crescimento da empresa é a falta de profissionais qualificados. "Assim como na construção civil, o setor alimentício também sofre com a escassez de mão de obra especializada. Para sanar esse problema, a solução é treinar os próprios colaboradores."
Ela afirmou, ainda, que a direção já estuda a possibilidade de a empresa adquirir uma nova planta para dar suporte à demanda crescente do mercado. "A ideia existe mas não há nada confirmado. Entretanto, embora o projeto esteja em fase embrionária, a futura fábrica provavelmente seria na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH)", revelou. A unidade fabril de Venda Nova está instalada em um terreno com 6 mil metros quadrados.
Apesar de mineira, o Espírito Santo é o principal mercado da empresa no país, com 40% de market share. Minas Gerais, segundo do ranking, detém 20%, seguido do Rio de Janeiro, Goiás e Distrito Federal.
Veículo: Diário do Comércio - MG