A multinacional americana Pfizer anunciou que, a partir de hoje, o preço do Viagra, a famosa pílula azul (combate disfunção erétil), terá seu preço de tabela reduzido em 50%. A medida faz parte da estratégia da companhia de não perder mercado, uma vez que o medicamento perde sua patente no país a partir do dia 20 deste mês.
O produto movimenta no país cerca de R$ 170 milhões. Tradicionalmente, com a queda de uma patente de um produto, as indústrias farmacêuticas sentem uma queda de receita de até 70%.
Adilson Montaneira, diretor de negócios da Pfizer, afirmou que o mercado para esse tipo de medicamento deverá crescer de duas a três vezes nos próximos anos. Atualmente, a comercialização de medicamentos para combater disfunção erétil movimenta cerca de R$ 500 milhões, com 17 milhões de pílulas comercializadas. "A expectativa é de que esse mercado movimente cerca de 40 milhões de unidades", disse o executivo.
A Pfizer tem 35% dessa fatia no país e espera manter a participação em 30% nos próximos anos com essa medida de redução de preço do Viagra - que, em média, deverá ficar em R$ 15 a unidade. A empresa decidiu vender o medicamento por unidade para aumentar o acesso.
A decisão da Pfizer de reduzir os preços deverá acirrar a concorrência nesse mercado. A EMS, maior laboratório nacional, foi a primeira a obter autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para comercializar a versão genérica da pílula azul. Segundo Waldir Eschberger Jr., vice-presidente de mercado da farmacêutica, a empresa deverá reduzir os preços da versão genérica em 35% do valor do praticado pela múlti americana. O laboratório nacional Eurofarma também aguarda autorização da Anvisa para começar a comercializar o produto. A versão genérica da pílula deverá se manter na cor azul para não confundir os consumidores.
Nas próximas semanas, Pfizer e Eurofarma deverão oficializar acordo, no qual o laboratório nacional deverá produzir a versão genérica do Lipitor (combate o colesterol elevado). Esse medicamento é campeão de vendas da multinacional, movimentando cerca de US$ 13 bilhões por ano no mundo. No Brasil, o Lipitor deve perder a patente em dezembro deste ano.
Segundo Montaneira, a empresa tem analisado várias oportunidades para crescer no Brasil, seja por meio de aquisições ou investimentos para promover o crescimento orgânico. O executivo não comenta as notícias de que a Pfizer está negociando a compra do laboratório Teuto, dado como certa no mercado.
"O Brasil está entre os 10 maiores mercados para as indústrias farmacêuticas e deverá ficar entre a quarta e quinta colocação nos próximos anos", disse Montaneira, justificando o interesse de grandes multinacionais do setor no mercado brasileiro. (MS)
Veículo: Valor Econômico