Estudo realizado pela Austin Asis Consultoria aponta que o faturamento das indústrias de embalagens no Brasil deverá ser 15% maior neste ano na comparação com 2009. A expansão, de acordo com a análise, reflete o reaquecimento da economia brasileira - que cresceu 9% no primeiro trimestre frente a igual período do ano passado.
O bom desempenho do segmento, de acordo com especialistas, serve para atestar que o cenário econômico é favorável, já que as embalagens são utilizadas por ampla gama de atividades: desde a área alimentícia, automotiva, eletroeletrônica, cosméticos, farmacêutica até a construção civil, entre outras.
Segundo o economista-chefe da Austin, Alex Agostini, o setor foi beneficiado, no atendimento à área de bens duráveis (carros, eletrodomésticos e móveis), que ganhou impulso com os incentivos fiscais oferecidos pelo governo e, no fornecimento para os não-duráveis (como os itens alimentícios e cosméticos), com a recuperação da renda e do emprego.
Uma das fabricantes do segmento, a Agris Embalagens, de Diadema, observa o ritmo mais forte das encomendas. Segundo o proprietário, José Roberto Suriano, na comparação com o início de 2009, que foi muito fraco, as vendas em março e abril foram quase 50% maiores.
Para o ano todo, o empresário segue otimista. "Esperamos voltar a crescer na casa dos 20% ao ano, que foi a base (o percentual de expansão) dos últimos quatro anos", afirma, ressaltando que a exceção foi o ano passado. "Mas conseguimos ficar positivos em 3% (ou seja, houve pequena alta nas vendas)".
O forte da Agris, que faz serviços terceirizados de embalagens, é o atendimento às indústrias de cosméticos. E a companhia, de pequeno porte - produz volume mensal de 40 toneladas -, já está no limite da capacidade produtiva e se prepara para adquirir equipamentos, para ampliar. "Pretendemos investir em torno de R$ 100 mil", afirma.
Com aportes feitos durante o auge da crise, a produtora de embalagens de papelão Mazurky, de São Bernardo, se posicionou para aproveitar o aumento da demanda. Sua produção cresceu 70% no primeiro quadrimestre frente a igual período de 2009. O empresário Eduardo Mazurkyewistz cita que havia encomendado maquinário em 2008. "Não tivemos como cancelar o pedido. Quando a máquina chegou, não tínhamos nem mercadoria para testá-la", lembra.
O que seria algo ruim, tornou-se vantagem, com a melhora do cenário. "No fim do ano passado, compramos outro equipamento e hoje temos capacidade de sobra", afirma. Ao todo, a companhia investe cerca de R$ 2 milhões, dos quais R$ 400 mil referem-se a outro maquinário que deve chegar em breve, importado de Portugal.
Venda de papelão ondulado sobe 22,49%
O setor de papelão ondulado comercializou 228,372 mil toneladas em maio, com expansão de 22,49% em relação a igual período de 2009, recorde na série histórica que começa em 2004. O resultado ficou 9,73% acima do apurado em abril, conforme dados preliminares da ABPO (Associação Brasileira do Papelão Ondulado). Em abril, as vendas totalizaram 208,110 mil toneladas, segundo a entidade.
No acumulado de janeiro a maio, somaram 1,038 milhão de toneladas, expansão de 20,04% ante os primeiros cinco meses 2009. A média mensal de vendas em 2010 é de 207,609 mil toneladas, avanço de 9,56% em relação ao acumulado de 2009 - 189,489 mil toneladas.
Veículo: Diário do Grande ABC