Copa e frio embalam comércio

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Levantamento mostra aumento de 10,7% nas vendas a prazo realizadas na primeira quinzena de junho, acompanhado de queda nos indicadores de inadimplência.

 

A Copa do Mundo e o frio tiveram forte impacto sobre o consumo na primeira quinzena de junho, conforme revela pesquisa do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC). O levantamento, divulgado ontem, mostra aumento de 10,7% nas compras a prazo comparando o movimento dos primeiros quinze dias de junho deste ano com igual período de 2009.

 

Puxaram as vendas os televisores, aparelhos de vídeo,  celulares, móveis e vestuário. As compras no SCPC Cheque subiram 3,4%.

 

"Os nossos indicadores mostram uma situação muito boa para todos os setores do comércio – melhor do que as previsões feitas", avaliou Alencar Burti, presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp). "Os indicadores são resultado de uma conjugação de fatores positivos, que vão desde o estímulo da Copa e do frio para incrementar as vendas, até um aumento na confiança do consumidor baseado, sobretudo, na segurança maior no emprego. Tudo isso junto acelera o crescimento e nos deixa muito otimistas em relação ao desempenho da economia para este ano."

 

Inadimplência – Os indicadores mostram ainda a queda de 3,3% na inadimplência nas primeiras semanas de junho e aumento de 3,6% no cancelamento de registros de contas não-pagas pelo consumidor. Um cenário realmente favorável para o comércio, na opinião do economista Emilio Alfieri, do Instituto de Economia Gastão Vidigal (IEGV), órgão da ACSP. "Os eletroeletrônicos, principalmente, puxaram as vendas por causa dos jogos na África do Sul", disse.

 

O economista ressalta, porém, que a previsão é de que, depois do mundial de futebol, as vendas recuem um pouco. "O efeito da Copa do Mundo nas compras sobretudo a prazo foi extraordinário", afirmou Alfieri.

 

"Mas esse salto registrado na primeira quinzena de junho não deve justificar nenhum aumento na taxa de juros pelo Banco Central (para conter o consumo). Este é um falso sinal de que a economia está se acelerando muito, demais", acrescentou. 

 

Efeito inverso – A Copa do Mundo tem força também para paralisar o comércio no País. O consumidor desaparece das lojas nos dias em que são realizados jogos do Brasil.

 

Dados divulgados ontem pelo SCPC (veja quadro) mostram queda expressiva nas consultas ao serviço de proteção ao crédito na terça-feira, dia 15, horas antes do início do jogo do Brasil com a Coreia do Norte. Às 14 horas, as consultas apresentaram recuo de 61% em relação à terça-feira, dia 8 de junho. Às 16 horas, a queda chegou a 97%.

 

Veículo - Diário do Comércio - SP


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