Varejo cresce 9,1% em abril

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As vendas do comércio varejista cresceram 9,1% em abril, na comparação com igual mês do ano passado. Nos primeiros quatro meses do ano, relativamente a igual período de 2009, a alta em todo o País foi de 11,8%. Em relação a março, entretanto, houve um recuo de 3%. De acordo com especialistas, parte da queda pode ser atribuída ao efeito calendário. Abril teve três dias úteis a menos do que março. Os dados são da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

 

Pelo levantamento, as oito atividades que compõem o índice registraram aumento no volume de vendas na comparação com abril do ano passado. As altas mais acentuadas foram observadas nos setores de móveis e eletrodomésticos (22,7%), tecidos, vestuário e calçados (16,7%), artigos farmacêuticos, perfumaria e cosméticos (14,8%), livros, jornais, revistas e papelarias (8,7%).

 

Crédito e Copa – O bom desempenho do segmento de móveis e eletrodomésticos é explicado, sobretudo, pelo aumento da oferta de crédito e à realização da Copa do Mundo, que impulsiona a venda de aparelhos de TV. No acumulado de janeiro a abril, a variação foi de 21,8% para esse segmento. "Mesmo com o fim do IPI reduzido, esse setor,  junto com o de veículos, tecidos e materiais de construção, afetados pela crise financeira global, vem apresentando crescimento acelerado", avalia o diretor da consultoria Gouvêa de Souza (GS&MD), Luiz Goes. 
De acordo com a pesquisa, o setor de tecidos, vestuário e calçados registra alta de 11,5% no acumulado do ano. As variações positivas vêm sendo observadas desde outubro do ano passado.

 

O segmento de hipermercados, supermercados e produtos alimentícios, historicamente o carro-chefe do varejo, apresentou alta de 5,6% na comparação com abril do ano passado. No primeiro quadrimestre, o setor registra variação positiva de  10,6%, de acordo com a pesquisa do IBGE. Mesmo assim, depois de móveis e eletrodomésticos, foi o segmento que mais contribuiu para a taxa global.

 

Na opinião do consultor da GS&MD, o crescimento de quase dois dígitos registrado em abril reflete a melhoria das condições macroeconômicas do País, traduzidas pelo maior volume de crédito, juros relativamente baixos e aumento da renda da população. O varejo brasileiro, segundo ele, apresenta o melhor desempenho dentre as maiores economias do mundo. Nos Estados Unidos as vendas cresceram 8,6%, apontou.

 

Por estado, os melhores resultados foram observados em Tocantins (35,7%), Roraima (36%), Acre (27,8%), Maranhão (21,8%), Mato Grosso (20,2%) e Alagoas (18,7%). São Paulo apresentou o mesmo resultado da média nacional, de 9,1%. Piauí aparece em último lugar, com 3,8%.

 

Resultado esperado – O recuo de 3% no volume de vendas na comparação com março já era esperado, na avaliação do economista do Instituto de Economia Gastão Vidigal da Associação Comercial de São Paulo (IEGV/ACSP), Emílio Alfieri. "Com o fim da desoneração do IPI, em abril, os consumidores anteciparam as compras para março, aumentando essa base de comparação", explica.

 

De acordo com Alfieri, os dados da pesquisa do IBGE praticamente coincidem com os indicadores de vendas do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), da ACSP, embora as metodologias do levantamento sejam diferentes. Em abril, o SCPC registrou expansão média de 11,4% nas vendas – medidas pelo volume de consultas ao serviço para vendas a prazo e à vista – sobre abril do ano passado. Na comparação com março, houve queda de 2,1%, considerando ajuste sazonal.

 

Veículo: Diário do Comércio - SP


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