A produção de tomate estimada para Minas Gerais neste exercício é de 390 mil toneladas, registrando crescimento de 3,2% ante o ano anterior. Entretanto, o assessor técnico da Federação de Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg), Pierre Vilela, acredita que podem ocorrer alterações nessa perspectiva em função de fatores climáticos, como chuvas de granizo ocorridas no decorrer deste mês que atingiram diversas culturas do Estado, como o café.
Assim como a produção poderá registrar alta, a área plantada de tomate em Minas também cresceu. De acordo com Vilela, são cerca de 6,5 mil hectares plantados no Estado, alta de 2,9% de área quando comparada a 2007.
Inverno - "Por se tratar de uma lavoura explorada durante todo o ano, o inverno é o principal período de concentração de oferta, pois o tempo seco oferece menos problemas com doenças nas lavouras", explicou Vilela.
Para o assessor da Faemg, durante o período do verão, o cultivo é mais caro uma vez que as chuvas potencializam a proliferação de doenças, demandando pelo uso de mais agrotóxicos nas lavouras.
O perfil da maioria dos produtores que trabalham com tomate em Minas Gerais é formado por arrendatários de terras, pois os cultivos são temporários e as lavouras duram entre 90 dias e 120 dias, quando ocorre rotação de cultura para evitar doenças.
Estufas - A cultura de tomate demanda por um solo leve e bem drenado para estimular a produção. No período chuvoso, a opção para o cultivo é a utilização de estufas, que acaba por encarecer a produção.
Em Minas, a produção é bem distribuída, com destaque para a região Central do Estado, que responde por 28% do volume produzido. Logo sem seguida figura o Triângulo Mineiro que produz 18% e o Sul de Minas que responde por 17% de todo o tomate mineiro.
No mercado, os preços do tomate oscilam muito. No inverno, em função da concentração de oferta, os preços costumam ser mais baixos. No Estado, a unidade de comercialização é a caixa de 23 quilos. "Na última semana, a caixa do tomate estava sendo comercializada entre R$ 7 e R$ 8 para o produtor, abaixo dos custos de produção que giram entre R$ 8 e R$ 10 por caixa", comparou o assessor técnico.
Conforme Vilela, trata-se de um cenário cíclico e comum no segmento, pois com a oferta em alta os preços caem, gerando prejuízos para os produtores. "Ocorrem situações em que os produtores preferem não colher os tomates, pois custos adicionais com colheita e transporte podem onerar ainda mais a atividade. O mercado é imprevisível, com o produtor podendo contar com lucros fantásticos ou com prejuízos consideráveis de uma semana para outra", ponderou. (RM)
Veículo: Diário do Comércio - MG