O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, ontem, a compra da Nutrella pelo grupo mexicano Bimbo. O negócio foi realizado em maio e levou a concentrações em dois grandes mercados no Brasil. No mercado de pães, a Bimbo possuía 18,18% do mercado e a Nutrella, 10,60%. Assim, o negócio levou a uma concentração de 28,78% num mercado em que a Bimbo já era a líder. No mercado de bolos e bolinhos, a Bimbo também era a líder, com 32,40%, e a Nutrella era a sexta colocada, com 4,90%. Aqui, a concentração ficou em 37,30%.
Porém em ambos os mercados, há uma lista extensa de empresas que competem entre si, segundo informações coletadas pela Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae) do Ministério da Fazenda, com base em levantamentos feitos em 2007. No caso de pães industriais, a Panco aparece no segundo lugar, com 17,40%, e a Wickbold em terceiro, com 12,70%. A Seven Boys possui 9,30% e a Golden Vita, 1,50%. No mercado de bolos, a Panco figura novamente no segundo lugar, com 16,30%. A Pandurata possui 15,20% e a Wickbold detém 8,10%. A Renata possui 5% e a Parmalat, 3,10%.
A Wickbold foi consultada e afirmou que tem condições de atender ambos os mercado caso as empresas envolvidas no negócio aumentem os preços. A Seven Boys informou que o mercado de pães está em ascensão e deve crescer nos próximos dez anos até chegar à maturidade. Para o presidente interino do Cade, conselheiro Paulo Furquim, a análise do negócio indicou que há concorrência forte entre as empresas. "É uma operação importante que reúne a principal empresa de bolos e bolinhos e há diversas 'entrantes' no mercado", disse Furquim. (JB)
Veículo: Valor Econômico