O Carrefour SA começou a reduzir drasticamente o número de produtos que vende em seus supermercados, numa tentativa de simplificar as compras e aumentar as vendas.
A segunda maior varejista do mundo, atrás do Wal-Mart Stores Inc., dos Estados Unidos, está no processo de cortar a seleção de alimentos em suas lojas francesas, disse o diretor-presidente Lars Olofsson, que participou de uma conferência do setor em Londres na semana passada. Ele se negou a quantificar a porcentagem de produtos eliminados das prateleiras até agora. Em fevereiro, havia se comprometido a cortar 15% de seus produtos alimentícios no mundo.
Mas ele não mexeu ainda com as problemáticas categorias de não alimentos da rede, uma fonte de declínios de vendas. Este ano, ele disse que a varejista francesa poderia eliminar até 50% da seleção porque acredita que a empresa não pode mais concorrer em todas as categorias. "É parte da nossa reformulação dos hipermercados", disse Olofson, sem dar mais detalhes. O executivo sueco deve anunciar o plano em setembro.
"Cobrimos todas as necessidades dos clientes, mas evitamos ter oito a dez marcas, que é um erro que fazíamos antes", diz Guillaume Vicaire, diretor dos hipermercados franceses do Carrefour.
Os consumidores ficam perdidos em meio às opções nos hipermercados, dizem executivos do Carrefour e de outras empresas. "Os consumidores querem menos variedades, mais simples e mais claras", diz Gianni Ciserani, presidente para Europa Ocidental da Procter & Gamble Co., a empresa americana dona de marcas como Ariel e Pampers. Como parte de sua pesquisa, a P&G simulou cortar 20% de uma categoria de seus produtos de higiene e limpeza e os consumidores disseram que ainda não era o bastante.
Veículo: Valor Econômico