Estimativa é que segmento agropecuário feche o exercício contabilizando aproximadamente US$ 6 bilhões.
As exportações do agronegócio mineiro neste ano devem superar o resultado verificado no exercício passado, segundo estimativa do secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Gilman Viana Rodrigues. "Acredito que é possível chegar na casa dos US$ 6 bilhões, se mantivermos a média dos primeiros cinco meses do ano", disse, durante apresentação do Balanço do Comércio Exterior Mineiro referente ao primeiro semestre de 2010 e dos últimos sete anos, na Cidade Administrativa Presidente Tancredo Neves, no bairro Serra Verde, região de Venda Nova, em Belo Horizonte.
De acordo com o secretário, a receita das exportações do agronegócio mineiro, nos últimos sete anos, quase triplicou, com um aumento de US$ 2 bilhões para US$ 5,6 bilhões, garantindo para Minas Gerais a quinta posição entre os estados exportadores, logo após São Paulo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Paraná.
Para ele, a recuperação do mercado internacional e dos preços devem ajudar no no desempenho da atividade neste ano. "O café, que é um produto importante da pauta exportadora do Estado, já melhorou o preço na casa dos 10% no mercado doméstico. E isto influencia no mercado externo. Afinal, se o importador não pagar mais, não leva. Esta é a regra do mercado", disse.
De janeiro a maio deste exercício, os embarques do agronegócio em Minas registraram crescimento de 24,6% na comparação com igual intervalo de 2009, alcançando US$ 2,5 bilhões. O percentual de expansão no Estado foi superior ao nacional que, em igual intervalo, registrou alta de 16,5%. As vendas externas da atividade em todo o Brasil somaram US$ 24,1 bilhões.
O café registrou alta de 21,8% nas exportações no acumulado dos primeiros cinco meses ante igual período do ano passado, totalizando US$ 1,3 bilhão. Em 2009, o grupo café e derivados foi a principal cadeia produtiva da pauta do agronegócio, com participação de 51,5%, somando US$ 2,9 bilhões.
Madeira - Em termos percentuais, de janeiro a maio de 2010, se destaca o grupo madeiras e derivados, com US$ 302,8 milhões e expansão de 106% ante igual período de 2009. As carnes contabilizaram incremento de 15,5%, o que significou vendas de US$ 274,5 milhões para o mercado internacional.
Nesse tipo de comparação, o complexo sucroalcooleiro contabilizou US$ 247,6 milhões de vendas para o mercado internacional, o que significou alta de 44,2% ante o resultado de janeiro a maio de 2009. Já o complexo soja apresentou recuo de 0,2%, com resultado de US$ 166,1 milhões.
Em 2009, o valor exportado pelo setor no Estado chegou a US$ 5,6 bilhões, o que correspondeu a 8,7% das vendas externas da atividade no país. Entre os anos de 2003 e 2009, as receitas provenientes dos embarques do Estado tiveram expansão de 181,9%.
No que se refere às importações, o valor chegou a US$ 257 milhões no Estado em 2009, o que representa 2,6% das compras do agronegócio nacional.
Rodrigues ressaltou que a receita das exportações do agronegócio mineiro, nos últimos sete anos, quase triplicou, com um aumento de US$ 2 bilhões para US$ 5,6 bilhões, garantindo para Minas Gerais a quinta posição entre os estados exportadores, logo após São Paulo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Paraná.
Os dados constam no estudo "Panorama do Comércio Exterior do Agronegócio de Minas Gerais 2010", que em sua segunda edição foi editado pela Seapa e pela Central Exportaminas, da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede).
A publicação apresenta as informações sobre a balança comercial do agronegócio de Minas e de outros estados da federação, além de destacar os principais parceiros comerciais e abordar informações sobre a logística do agronegócio e números das exportações por cadeias produtivas.
Empresas - Conforme o levantamento, os produtos do agronegócio mineiro foram exportados por 501 empresas no ano passado, sendo a maioria (55,1%) de micro e pequeno portes, seguida pelas médias (39,3%) e grandes (5,6%).
No que se refere aos destinos, a União Europeia recebeu 41,7% de tudo o que foi exportado em 2009 pela atividade no Estado, o que equivale a cifra de US$ 2,3 bilhões.
Em termos de participação por região no total exportado por Minas Gerais, a região Sul foi o destaque do ano passado, com 47,6% do valor dos embarques. Com a liderança garantida pela produção do café, cujo principal destino é a Alemanha, que absorveu 24,1% das exportações do produto. A segunda posição foi do Triângulo Mineiro, com 25,4%, impulsionada pelas vendas do complexo sucroalcooleiro e de carnes.
Rodrigues reclamou dos subsídios para o agronegócio que acontece nos países da União Europeia. "O fato é que, para concorrer, o produtor brasileiro reduz o preço, recebe menos, o mesmo não acontece com o produto subsidiado", disse.
Para ele, como não é possível o país, diante de tantas necessidades de várias áreas, dar subsídio igual, a saída é aumentar a eficiência. "Nós temos deficiência de recursos para educação, saúde, segurança, etc, não há como o país oferecer subsídio. Assim, o jeito é apelar para as negociações internacionais, de forma a não permitir que o subsídio seja além daquele necessário para a remunerção digna do produtor. preciso combater as práticas desleais", ressaltou.
Veículo: Diário do Comércio - MG