Preservação ambiental não restringe a produção leiteira

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O agronegócio brasileiro vem evoluindo de forma surpreendente nas últimas décadas, permitindo ao país galgar espaço no mercado mundial.

 

Somos os maiores produtores e exportadores de café, de açúcar e de suco de laranja e os maiores exportadores de carne de frango, de soja, de tabaco e de etanol.
São setores do agronegócio brasileiro com alta tecnologia, gestão, produtividade e qualidade do produto final.

 

Essa tendência não é diferente na pecuária de leite. Mas ainda utilizamos extensas áreas de pastagens nativas. Somado a isso, em muitas propriedades a produção de leite não é a principal atividade econômica.

 

O bovino sempre foi utilizado para ocupar o espaço que não é usado pela agricultura. Assim, o produtor possui uma vaquinha para leite ou um boizinho para carne.
Em decorrência dessas condições e do baixo nível tecnológico, a produtividade média é baixa, com reflexos negativos sobre a renda dos produtores.

 

Com a expansão da agricultura nacional, os concorrentes da pecuária de leite não são somente os países exportadores, como os da União Europeia, a Nova Zelândia ou a Argentina.

 

Aparecem nesse cenário, no Brasil, as culturas de grãos e da cana-de-açúcar avançando sobre áreas de pastagens pouco produtivas e degradadas.
Na última década, ocorreram inúmeras liquidações de rebanhos leiteiros, principalmente no Estado de São Paulo. Na época, houve a preocupação no setor de que haveria redução da produção leiteira. Mas o que ocorreu foi a migração do leite para regiões até então não tradicionais, como o Centro-Oeste e parte do Norte.

 

Felizmente, a evolução da bovinocultura de leite não é horizontal, por meio da incorporação de áreas agrícolas ou pela derrubada de matas, mas sim vertical, pela incorporação de tecnologias, como a recuperação de áreas degradadas e da fertilidade do solo.

 

Também colaboram para essa evolução o manejo intensivo de pastagens, o confinamento, a utilização de modernas técnicas reprodutivas e o cruzamento de raças especializadas.

 

Isso é comprovado com a crescente produção nacional, de cerca de 4% ao ano, enquanto a área de pastagens diminuiu cerca de 3% na última década.

 

O resultado dessa especialização será a produção eficiente de leite em áreas menores, disponibilizando parte das pastagens para a agricultura e reduzindo o avanço da pecuária sobre áreas de vegetação nativa.

 

Isso virá a facilitar o atendimento das exigências legais na área ambiental sem comprometer a renda e a viabilidade da propriedade rural no país.

 

Veículo: Folha de S.Paulo


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