Brasil Foods não quer vender Batavo: empresa afirma que vai contestar parecer do Seae

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Empresa afirma que vai contestar fortemente parecer de secretaria

 

A BRF Brasil Foods espera reverter no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) as recomendação sugeridas pela Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae), entre elas a necessidade de venda da Batavo, para a aprovação do processo de fusão entre Perdigão e a Sadia. O presidente da BRF, José Antônio Fay, disse que a empresa vai "contestar fortemente" o parecer que será encaminhado ao órgão de defesa da concorrência. Segundo ele, as medidas sugeridas pela Seae não levam em consideração as "evidências e argumentos" de estudos técnicos das consultorias McKinsey e Fagundes & Associados.
- Essas análises demonstram forte concorrência, elevada substituição de produtos no caso de eventual aumento de preços, ausência de relevantes barreiras à entrada de novos competidores - afirmou José Antônio Fay.

 


A despeito dessas restrições, o executivo salientou que a secretaria recomendou a aprovação da fusão de Sadia e Perdigão, o que não deixa de ser um ponto positivo. Além disso, o parecer da Seae poderá dar às empresas a chance de negociar um novo acordo de conduta no mercado até que a operação seja julgada. As duas gigantes já negociaram com o Cade um acordo - conhecido como Apro - pelo qual se comprometem a não adotar medidas irreversíveis até que a união seja avaliada. Mas segundo o secretário de Acompanhamento Econômico, Antônio Henrique da Silveira, o parecer pode levar a um Apro mais flexível.

 

O secretário explicou que a avaliação da Seae é detalhada e mostra em que áreas do mercado a fusão pode apresentar problemas concorrenciais. Com isso, seria possível fazer uma avaliação mais precisa do que já poderia ser liberado antes do julgamento do ato de concentração. O Apro existente hoje já foi flexibilizado no ano passado, quando as empresas ganharam o direito de uniformizar seus contratos e de atuar conjuntamente nas vendas para o exterior.

 

Para o presidente da Sadia, Julio Cardoso, a recomendação para que a BRF licencie uma das marcas seria "inexequível" dada a importância de cada uma. Segundo ele, embora já tenha impactado negativamente ações da companhia na bolsa - as ordinárias da BRF registraram a maior queda da Bolsa de São Paulo nesta quarta-feira, 6,01% -, a divulgação do parecer com restrições à fusão não deve alterar a operação da empresa.

 

Patrocínios da Batavo estão garantidos

 

Tanto que, enquanto o relatório da Seae vinha a público, a empresa anunciava investimento de R$ 8 milhões no lançamento de novos produtos da marca Batavo, empresa que teve sua venda recomendada. Nada muda também nos milionários patrocínios com grandes clubes de futebol, entre eles o Flamengo.

 

O professor de economia e finanças da Fundação Getulio Vargas Rogério Sobreira considerou as restrições sugeridas pela Seae "corretas e normais". Outro especialista, que preferiu o anonimato, disse que o parecer de 174 páginas "está muito bem fundamentado e com base na jurisprudência nacional e internacional". Já para o analista da Planner Corretora Rafael Burquim, a imposição de restrições foi um pouco mais rigorosa do que o mercado esperava.

 


Veículo: O Globo - RJ


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