Os preços estão nas alturas e o consumidor tem que correr atrás dos lugares mais baratos. Nas feiras livres alguns produtos chegam a custar 78% menos do que os valores praticados em hortifrutis e supermercados.
O cheiro de frutas frescas, especiarias diversas, produtos defumados, ativam pelo menos três dos cinco sentidos de quem circula pelas feiras livres: visão, olfato e tato. É impossível andar nesse mercado a céu aberto sem perceber o colorido dos produtos expostos nas bancas. A audição também é ativada mas em meio a toda aquela aparente balbúrdia é possível distinguir nitidamente as ofertas de preços, feitas aos gritos pelos vendedores.
E centavos de Real, quando se trata de mercadorias como verduras, frutas, legumes, no final podem fazer uma grande diferença no orçamento. O público das feiras livres é cativo e, em alguns casos, os fregueses são chamados pelo nome. Todos sabem onde e como pechinchar para sair com o produto mais barato.
Diante da alta nos preços dos alimentos nos supermercados, a feira livre se tornou uma boa opção para quem gosta de pesquisar antes de comprar para levar o menor preço. É o caso da doméstica Elzídia de Medeiros Santos, de 59 anos. Ela leva R$ 10 para a feira de São Torquato, em Vila Velha, e volta exatamente com dez variedades de produtos.
"Na feira a gente economiza mais. O que a gente compra no supermercado não chegaria ao tanto que eu compraria na feira com o mesmo valor. Eu trago R$ 10,00 e compro de tudo. São dez variedades por R$ 10,00 sempre na bacia de R$ 1,00".
Bacias substituem balanças - Os feirantes dizem que, dependendo do alimento, a média de peso de cada bacia é de 1,5 quilo. A diarista Creuza Freitas, de 52 anos, disse que basta pesquisar nas barracas e pechinchar para conseguir o melhor preço. "Eu gosto mais dos preços da feira porque são mais em conta. Verdura, fruta e até os peixes. Na feira são várias opções de preços, procura aqui e ali que acha. Tem lugar que você acha mais em conta, basta procurar".
A aposentada Leiza Maria Pimenta, de 68 anos, prefere comprar verduras na feira de Vera Cruz, em Cariacica, pois além de ser mais barato, fica perto da casa onde mora. "Tudo é fresquinho, aqui é pertinho e o preço é bom. A feira sai mais em conta. O dinheiro que eu trago para cá, só de chegar na porta do supermercado ele já teria acabado", brinca.
Espaço democrático, as feiras livres não é lucrativa apenas para vendedores e consumidores. Por elas circulam carregadores de sacolas - garotos que moram próximo ao local do bairro e que utilizam carrinhos de mão para transportar os produtos de pessoas que costumam fazer grandes compras.
Veículo: Gazeta OnLine