Futuras concessões de rodovias no Rio Grande do Sul devem contar com a participação de empresas internacionais nos leilões. Esta é a avaliação de José Carlos Silvano, diretor-presidente da Roma Cargo e vice-presidente de logística do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística do Estado (Setcergs). Presente nesta quinta-feira no Fórum Navegar 2008, evento que debateu os modais e a logística gaúchos, ele disse que o atual modelo de concessão está esgotado e não atende à demanda da sociedade.
"Não somos contra o pedágio: somos contra o pedágio que cobra muito e não promove nas estradas a duplicação e outras melhorias, além da manutenção", comentou. Ele acredita na repetição do sucesso do leilão das rodovias paulistas Régis Bittencourt e Fernão Dias, no ano passado, que saíram por um quinto do valor previsto. Outro exemplo positivo, para Silvano, são os pedágios comunitários, que, além de cobrarem uma tarifa mais acessível, investem na duplicação das estradas. Do total de 12,6 mil km de rodovias pavimentadas no Estado, apenas 331 km são duplicados.
"Além do risco, esta realidade torna mais caro e lento o transporte, afetando o preço do frete e as margens das transportadoras", criticou. Uma das principais queixas do setor está na falta de pavimentação das rodovias. São mais de 110 municípios sem ligação pavimentada, sem contar as pontes precárias, a ausência de acostamento e os estreitamentos de pistas.
Outra reivindicação é por novas obras que ajudem a desafogar o trânsito em trechos críticos, como a BR-116. O governo federal planeja investir R$ 450 milhões na construção da BR-448, ligando as BRs 386 e 118, por onde passa boa parte da produção do Estado. "Temos de ser mais incisivos na solicitação de verbas do Programa de Aceleração do Crescimento e na aplicação dos recursos da Cide, que não têm retornado", convoca Silvano.
Jornal do Comércio - RS