Alimentos básicos na dieta da população, o leite longa vida e o feijão apontam para queda e estabilização nos preços, respectivamente, a partir deste mês, segundo o gerente de serviços da empresa de pesquisa GfK, Marcio Nardi, que conduziu levantamento sobre a variação no custo desses alimentos.
Em maio, depois de cinco meses de alta, o valor da bebida registrou queda de 3% no País, sendo que na região Sudeste, houve variação positiva de 0,72%. Desde 2009, a combinação de alta demanda e produção baixa resultou na alta do leite, intensificada no segundo trimestre deste ano.
"Alguns especialistas neste setor ouvidos pela GfK apontaram que o preço do leite atingiu o teto. Possivelmente a pesquisa referente a junho vai apresentar queda entre 5% e 8%", pontua Nardi. Ele acrescenta que aqueles que deixaram de investir na área durante a crise estão voltando, tornando o cenário otimista.
No caso do feijão, a situação verificada em maio ainda não foi animadora. A inflação no grão chegou a 10,2% em relação a abril, sendo que a média de alta no Sudeste avançou 7,2%, mas em junho o preço já apresentou queda.
O gestor da GfK diz que o problema foi a chuva que acometeu as lavouras paranaenses há dois meses, além dos produtores preferirem o cultivo da cana-de-açúcar, que estava mais rentável que o grão. "A tendência é que ele fique estável nos próximos meses, caindo 2% ou 3% no início do quarto trimestre", afirma.
REGIÃO
O consumidor que for aos supermercados do Grande ABC até o dia 11 vai desembolsar R$ 9,57 a mais pela cesta básica de 34 itens. A alta de 2,75% elevou o custo médio da cesta de R$ 347,65 para R$ 357,22, segundo pesquisa feita pela Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André).
Na variação semanal, 21 produtos tiveram elevação, enquanto que 11 apresentaram queda e dois permaneceram sem alteração. Alimentos e hortifrutigranjeiros registraram inflação de 3,32% e 2,43%. Setores de higiene pessoal e limpeza doméstica apresentaram queda de 4,92% e 0,25%, respectivamente.
O preço do arroz teve alta de 0,5% no período, custando em média R$ 8,09 o pacote de cinco quilos. Já o pacote de um quilo do feijão apontou redução de 1,30%, e sai em média R$ 3,04, na região.
Para o técnico agrícola da Craisa Luiz Guimarães Santos, as variações de elevação não refletem problemas com a safra. "É uma questão de oferta e procura nos próprios supermercados. No caso dos hortifrutigranjeiros, a fragilidade dos itens e as variações no clima fazem com que os preços oscilem rapidamente de uma semana para outra."
Veículo: Diário do Grande ABC