A criação de marcas próprias e as vendas delas nas grandes redes já representam, em média, 8% do faturamento dos grupos varejistas do País. A medida, que começou a ser propagada no Brasil em meados de 1970, é usada hoje pela maioria dos supermercadistas que veem no processo a possibilidade de expansão de mercado e fidelização de clientes com preços até 20% mais baixos do que os praticados em produtos convencionais.
Apostando no incremento de vendas, uma cooperativa regional anunciou ontem a junção de sua marca com outra varejista que também já atua no mercado. Com isso, o grupo aumentará a diversificação dos produtos oferecidos nas duas redes.
Para o professor do núcleo de varejo da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing) e um dos responsáveis pelo desenvolvimento e implantação de marca própria no País, Pedro Matisonkas, a atividade ainda é pouco explorada e tem potencial para expansão de até 30%.
"O mercado está aberto para crescimento. Há toda uma gama de produtos que podem ser vendidos por itens próprios que vão desde alimentos até eletrodomésticos e eletrônicos. Mas isso ainda não é explorado até a capacidade."
Atualmente, os produtos com bandeiras das redes têm preços menores do que os convencionais, no entanto, o educador afirma que não é apenas o valor que atrai. "Não tem de ser sinônimo de custo menor, mas de qualidade. Não adianta colocar na praça algo que você sabe que vai desagradar clientes. Ele tem de ter embalagem e design bacana e conteúdo bom. Se o preço for menor, será ótimo, mas não deve ser a base desse item", avalia.
MELHOR NEGÓCIO
De olho em aumentar o share, é cada vez maior a expansão desses produtos. Uma grande rede norte-americana afirma que os 12 mil itens de marca própria, divididos em mais de 180 categorias - entre alimentos e não alimentos - representam crescimento médio de 20% ao ano, o que a animou a lançar mais artigos.
Já o maior grupo varejista do País aumenta anualmente a linha de serviços oferecidos. Em nota a rede avisa que "no ano passado, teve crescimento de 50% em comparação com o período anterior e a expectativa é que cresça mais 30% em 2010. A marca é líder, ou vice-líder em aproximadamente 50% dos subgrupos onde está presente".
Para Matisonkas, há apenas vantagem na adoção da prática. "Você tem a facilidade de escolher o melhor ponto de vendas dentro da loja", atesta ele, que revela que no Brasil, o primeiro sabão em pó lançado possuía o logo de uma grande rede. "Até parafuso e prego têm espaço para isso. Basta apenas saber investir."
Veículo: Diário do Grande ABC