Nem mesmo a concorrência dos calçados chineses inibe os planos de crescimento das duas maiores empresas do País no setor: Vulcabras e Alpargatas. Aliás, é justamente para ter condições mínimas de competição com os asiáticos que as companhias planejam investimentos milionários em estratégias que garantam seu avanço no mercado.
Os investimentos do setor como um todo podem chegar a R$ 500 milhões neste ano, uma alta de 25% em relação ao ano passado, segundo Heitor Klein, diretor executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados). O reforço é para atender um aumento de 5,5 % da produção, que deve alcançar 858 milhões de pares neste ano.
A Vulcabras/Azaléia, uma das líderes da produção de calçados do Brasil, planeja aportes de aproximadamente R$ 98 milhões para expandir suas fábricas. Hoje, a companhia tem 26 unidades fabris. Os recursos fazem parte da estratégia da companhia de aumentar a capacidade de produção, com foco na marca como diferencial na disputa com os chineses, afirma Pedro Bartelle, diretor de Marketing da Vulcabras.
Hoje, o segmento de esportivos equivale a 70% do negócio da companhia, que pretende intensificar o foco nesse negócio, especialmente na marca Olympikus, que responde por 50% da receita. "Vamos trabalhar na internacionalização da marca", conta Bartelle. A empresa, detentora das marcas Olympikus, Reebok, Opanka, Azaléia e Dijean, produz cerca de 200 mil pares por dia.
Os insumos para produção dos calçados são, na grande maioria, nacionais: apenas 6,2% correspondem a matéria-prima importada, o que facilita a operação, segundo o diretor. "Nossa dificuldade no setor são as taxas de câmbio", afirma Bartelle, referindo-se as exportações. Os embarques ao exterior correspondem a 15% de toda a produção da companhia, e abastecem 27 países. A Vulcabras fechou o primeiro trimestre com R$ 424 milhões em faturamento - alta de 19,5% ante igual período de 2009.
Assim como a Vulcabras, a Alpargatas pretende investir em expansão das suas unidades fabris no País para aumentar a capacidade de produção, segundo Carla Schmitzberger, diretora de Negócios do grupo. "Estamos em definição quanto a se a ampliação será nas unidades já existentes ou se abriremos uma nova unidade", conta. A produção de Havaianas chega a 180 milhões de pares ao ano, representando cerca de 50% do negócio total da empresa.
Outro investimento será na linha de bolsas e tênis, que, com a extensão da marca Havaianas, pode representar, em quatro anos, 10% do faturamento da companhia.
As exportações das sandálias feitas de borracha equivalem a 13% da produção nacional. Entretanto, com a expansão prevista e com a recente abertura da primeira loja nos Estados Unidos, a expectativa da companhia é que este percentual aumente. No primeiro trimestre deste ano, a Alpargatas, que também tem as marcas Dupé, Topper, Rainha, Mizuno e Timberland, registrou lucro de R$ 69,5 milhões, ante R$ 20,5 milhões até março de 2009.
Setor
A expectativa da Abicalçados é que a indústria de calçados cresça 10% este ano, ante o faturamento de 2009, que foi de R$ 18,9 bilhões. O otimismo se dá por conta do aquecimento dos negócios internos, que segundo Klein é reflexo da medida antidumping imposta contra calçados chineses e que prevê sobretaxa de US$ 13,85 sobre cada par importado da China, por cinco anos. De janeiro a maio deste ano, o Brasil exportou cerca de 69,4 milhões de pares, um acréscimo de 21,4% em comparação ao mesmo período de 2009. O faturamento do setor nesse período está em US$ 627,7 milhões, alta de 12,1%. As importações somam 13,4 milhões de pares, decréscimo de 25,2% em comparação com o ano passado.
Os investimentos do setor calçadista devem chegar a R$ 500 milhões este ano, valor que perfaz alta de 25% em relação ao ano passado, segundo Heitor Klein, diretor executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados). O reforço é para atender um aumento de 5,5 % da produção, que deve alcançar 858 milhões de pares neste ano.
Nem mesmo a concorrência dos calçados chineses inibe os planos de crescimento das duas maiores empresas do País no setor: Vulcabras e Alpargatas. A Vulcabras/Azaléia planeja fazer aportes de aproximadamente R$ 98 milhões para expandir suas fábricas. Hoje, a companhia possui 26 unidades fabris.
A Alpargatas também pretende investir na expansão das suas unidades no País, segundo Carla Schmitzberger, diretora de Negócios do grupo. "Estamos por definir se a ampliação será nas unidades já existentes ou se abriremos uma nova unidade", conta.
Veículo: DCI