PCs perdem mercado para os notebooks

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Os computadores portáteis conquistaram o consumidor e, pela primeira vez, as famílias brasileiras compraram mais notebooks que desktops (máquinas de mesa). Em cinco anos, as vendas de computadores móveis saltaram de 4% para 51%, número alcançado no primeiro trimestre. Um crescimento de quase 10 pontos percentuais por ano.

 

De janeiro a março, usuários domésticos compraram 1,8 milhão de computadores no país, sendo 961 mil notebooks (51%) e 923 mil desktops (49%).

 

Conforme o gerente-geral da Info 2, Alexandre da Luz Tourinho, empresa mineira controlada pelo grupo Informática Nacional S/A, que também detém as marcas Max Computadores e Multimídia, localizada no bairro Lourdes, na região Centro-Sul da Capital, as vendas de notebooks e netbooks aumentaram de 30% a 40% neste primeiro semestre de 2010 em relação a igual período do ano passado.

 

De acordo com ele, este incremento está diretamente ligado à facilidade de obtenção de crédito - a loja divide as vendas de laptops em até 10 vezes no cartão de crédito e ainda oferece o carnê como forma de pagamento - e à ascensão das classes C e D.

 

"Ao fazerem qualquer tipo de orçamento para compra de computadores, os consumidores acabam sempre optando pelos notebooks. Eles oferecem maior praticidade para trabalhar e o preço tem se tornado cada dia mais acessível. A tendência é de que as vendas continuem aumentando neste segundo semestre de 2010", previu.

 

Na rede varejista de eletrodomésticos Ricardo Eletro, os laptops também têm sido a grande aposta para o ano, além, é claro, dos televisores de LCD, que fizeram do mês de junho o terceiro melhor mês para o setor devido à Copa do Mundo. Segundo o diretor-presidente da rede, Ricardo Nunes, o incremento previsto de 30% para o semestre foi alcançado, sobretudo pelo aquecimento do mercado de informática.

 

Ele destaca o público consumidor das classes C e D como os grandes responsáveis por este aumento nas vendas, já que ele tem ido cada vez mais às lojas em busca do primeiro computador.

 

A publicitária Talita Saraiva, 23 anos, comprou seu primeiro notebook há dois anos e resolveu adquirir um novo em março. Ela queria um equipamento mais rápido, pois gosta de jogos e baixa muitos arquivos da internet. "Ele é prático, levo onde quiser. E como moro em apartamento, falta espaço para uma máquina maior."

 

Além da vantagem da mobilidade, há uma outra motivação: o notebook pesa cada vez menos no bolso do consumidor. Em cinco anos, o preço médio do produto caiu de R$ 4 mil para R$ 1,2 mil

 

"A isenção de impostos para produção destes computadores no país a partir de 2005 reduziu os preços. Com o aumento das vendas, os fabricantes conseguiram torná-los ainda mais baratos. O dólar baixo também ajudou, já que os componentes da máquina são importados", explicou o analista do mercado da IDC, Luciano Crippa, consultoria especializada em tecnologia.

 

Redução nos preços - A diferença de preço entre desktops e notebooks pode ter diminuído, mas ainda pode pesar para quem tem o orçamento apertado. Com cerca de R$ 800 é possível adquirir um desktop básico.  por este motivo que ele serve como primeiro computador, para uso de toda a família.

 

"Quando os preços são semelhantes, o desempenho do desktop é melhor", disse Crippa. "A diferença fica maior entre modelos para uso profissional. Enquanto um desktop custa cerca de R$ 4 mil, o notebook custa R$ 8 mil."

 

Por isso o consultor de informática Ricardo Bánffy acredita que a compra de um desktop só é justificável pelo preço, principalmente quando se trata de um computador de alto desempenho.

 

Mas o maior acesso ao crédito pode contribuir para que o consumidor compre uma máquina mais cara, diz o diretor de estudos da Felizoni, Nuno Fouto, consultoria especializada em varejo. " possível pagar um notebook em 20 prestações. Seus diferenciais fazem com que o consumidor opte por pagar mais."

 

Computadores móveis menores, os netbooks, também estão incluídos no levantamento da IDC. Lançados em 2009, são cerca de 10% das vendas para usuários domésticos.

 

A tendência é que a compra de notebooks siga em alta. Mas, por serem mais pesados e por motivos de segurança, eles devem ser mais usados em casa, enquanto netbooks e celulares com internet serão mais usados fora dela, concluiu o sócio da e-Consulting, Daniel Domeneguetti.

 


Perfil - Existe um computador para cada perfil. Confira alguns modelos disponíveis no mercado para os diferentes tipos de usuários:


* Familiar: Com configuração padrão, atende às necessidades de uma família e serve para uso doméstico;

* Adolescente: Lúdico, tem capacidade de processamento e multimídia limitadas. Prático e resistente;

* Jovem: Com capacidade de processamento, armazenamento e multimídia acima da média, é voltado para jogos;

* Microempresário: Com equilíbrio entre processamento e custo, é capaz de realizar todas as tarefas de um escritório;

* Profissional: Capacidade de processamento e multimídia um pouco superior a média, para profissionais que tenham necessidade de aplicações que demandam memória.

 

 

Veículo: Diário do Comércio - MG


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