No Nordeste, a percepção é de que o volume de vendas do comércio subiu em junho, graças a um elemento sazonal importante: as comemorações de São João, festas que duram praticamente o mês inteiro e ajudam a impulsionar principalmente as vendas de alimentos e bebidas e da atividade de confecções e vestuário.
Silvio Vasconcelos, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas do Recife, estima em 12% o crescimento do varejo na capital pernambucana para o mês, em comparação com junho do ano passado. Segundo ele, a Copa do Mundo e o Dia dos Namorados contribuíram para o resultado. "Além do São João, o movimento nos supermercados aumentou por causa da Copa. Já o comércio em geral abriu todos os domingos para compensar o que não foi vendido durante os jogos do Brasil", comenta ele.
O presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas da Bahia, Joaquim Fonseca, destaca que a festa junina também ajuda a movimentar o varejo no interior dos Estados nordestinos. "As vendas são alavancadas fora das capitais e isso engrossa bem o comércio no mês. É uma data diferenciada, o faturamento vem forte, como no Natal e no Dia das Mães."
Olhando adiante, Fonseca sabe que o crescimento do varejo na região será mais contido, mas sem quedas. "Indústria automobilística e de linha branca vão sofrer mais, porque dependem de crédito", acredita o comerciante, que se mostra preocupado com o ciclo de alta da taxa básica de juros. "O Brasil tem que combater a inflação, mas não pode dificultar o acesso ao consumo." (LM)
Veículo: Valor Econômico