O Rio Grande do Sul deve ser o próximo estado a entrar com uma ação na Justiça para recorrer à redução de 10% no preço mínimo de referência do trigo feita pelo governo federal. Segundo Hamilton Jardim, triticultor de Palmeira das Missões (RS) e presidente da Comissão do Trigo da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), os valores estipulados para safra 2009 deveriam ser mantidos: R$ 31,80 para o trigo-pão tipo 1 e R$ 26,46 para o brando tipo1. "O Paraná já entrou com uma ação. Nós devemos entrar nos próximos dias".
As condições climáticas em 2009, que comprometeram a qualidade da safra do cereal nacional nesta temporada serão substituídas pela incerteza de comercialização. De acordo com Lawrence Pih, proprietário do Moinho Pacífico, o governo não conseguirá alocar, como no ano passado, mais de R$ 500 milhões em Prêmio de Escoamento de Produto (PEP). "Nesta safra, o governo não dispõe de recurso".
Diante desse cenário, Pih considera que o aumento da Tarifa Externa Comum (TEC) seria uma das opções para minimizar as compras do produto fora do bloco Mercosul. "Os moinhos teriam mais estímulo para pagar o mínimo ao produtor", pondera.
Para o proprietário do Pacífico, o maior problema do trigo brasileiro está na produtividade. "Tecnologia seria uma opção para resolver esse problema, ou o País esquece o cultivo de trigo, ou sai fora do Mercosul e impõe imposto à Argentina", afirma.
Veículo: DCI