A Predileto Alimentos decidiu associar-se à trading suíça Glencore para dobrar de tamanho em dez anos.
Hoje fornecedora de trigo para os moinhos da Predileto, a Glencore passará a ter 50% das ações da empresa de origem gaúcha.
Para isso, fará um aporte de capital na companhia em valor estimado em até R$ 180 milhões pelo diretor de relações com o mercado da Predileto, Antenor Barros Leal.
"Decidimos partir para o crescimento. E, como esse negócio demanda muito capital -a matéria-prima equivale a cerca de 70% do custo total-, optamos por um parceiro estratégico."
A possibilidade de fazer uma oferta primária de ações na Bovespa para se capitalizar chegou a ser analisada pela Predileto, mas a empresa acabou optando por um sócio já atuante no setor.
"O Brasil é importador de trigo e a Glencore é uma fornecedora mundial do cereal. Há uma grande vantagem nessa associação", diz Leal.
As conversas com a Glencore começaram há cerca de seis meses, mas o martelo sobre a associação só foi batido na última sexta-feira.
Neste ano, a Predileto deve moer 700 mil toneladas de trigo -o equivalente a 7% da produção nacional.
O objetivo, em dez anos, é dobrar esse volume. Aquisições e expansão dos atuais moinhos estão nos planos.
Hoje, a Predileto possui cinco unidades em vários Estados e está duplicando a capacidade de produção de seu moinho em Belém (PA) de 350 toneladas diárias para 600 toneladas.
"Já temos uma cobertura geográfica muito boa. Agora vamos crescer", afirma Leal.
Controladora do Moinho Cruzeiro do Sul, a Predileto decidiu focar no mercado de trigo em 2008, quando vendeu o frigorífico Pena Branca para o grupo Marfrig.
"Concluímos que não poderíamos ter o tamanho de Sadia e Perdigão. No trigo, temos condições de ser enormes", diz o diretor.
Veículo: Folha de S.Paulo