O ministro dos Portos, Pedro Brito, defendeu ontem a redução dos custos logísticos no país para que os investimentos produtivos possam crescer. Atualmente, os custos logísticos do país chegam a 15% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo o ministro, o que acaba travando o crescimento. A pasta de Brito elaborou o Plano Nacional de Dragagem (PND). Um de seus objetivos é reduzir os custos logísticos para até 10% do PIB, liberando parte desses recursos para novos investimentos.
"Os EUA, que estão longe de ser um exemplo no setor de logística, como a Bélgica ou a Alemanha, gastam em torno de 8% com logística", disse o ministro. Com esse quadro, o Brasil figura, segundo estudo do Banco Mundial, no 41º lugar em funcionalidade portuária, após saltar 20 posições desde 2007. Mas o ministro espera que o país continue melhorando, com o PND.
Ele esteve no Rio de Janeiro para assinar o início das obras de dragagem do Porto de Itaguaí. Com isso, a expectativa é de que a cidade passe a competir com o porto de Santos, acredita Brito.
A dragagem deixará o porto com capacidade para receber navios com 0,5 metro a mais do que o porto de Santos, quando passar dos seus atuais 14 metros para 17,5 metros de profundidade.
A obra faz parte do PND, que vai receber R$ 1,6 bilhão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e visa aumentar a segurança, pontualidade na entrega da carga e reduzir a demora para embarcar e desembarcar. Ela vai receber também R$ 1 bilhão do PAC 2, parte do total de R$ 3,78 bilhões destinados a obras gerais.
O PND abrange, por enquanto, 16 obras em portos de diferentes Estados. Os portos de Recife, Angra dos Reis e de Rio Grande são os únicos cujas obras já foram finalizadas, além da primeira fase o porto de Itaguaí.
As obras já começaram nos portos do Rio de Janeiro, Santos, Natal, Aratu e Salvador, além dos portos de Cabedelo, São Francisco do Sul e Itajaí. As obras no porto de Vitória estão para começar, assim como nos de Fortaleza. Ainda falta lançar a licitação para a realização da dragagem dos portos de Suape e Paranaguá.
No entanto, o porto de Santos, único com plano diretor desenhado até o momento, deverá triplicar de capacidade nos próximos 15 anos. Isso faz com que, segundo o ministro, haja necessidade de se modificar o seu entorno, já que não há estrutura para que o total de 15 mil caminhões que passam diariamente pelo local seja triplicado.
Com isso, há possibilidade que o Porto de Santos venha a receber um túnel, tanto para tráfego de caminhões como de trens. "O objetivo do túnel é vencer a Serra do Mar", disse o ministro. Ele espera que, dentro dos próximos 12 meses, sejam desenhados também os planos diretores dos portos do Rio e de Itaguaí.
Veículo: Valor Econômico