Plano do grupo Granado é fortalecer marca e mostrar que linha de produtos vai além do sabonete
O grupo Granado decidiu investir de forma mais pesada na marca Phebo e desenhou um plano que passa pela criação de um site de vendas na internet, inauguração de lojas dentro dos pontos da Granado e até, futuramente, a abertura de pontos de venda da marca Phebo pelo país.
Comprada pelo empresário inglês Christopher Freeman em 2004, proprietário da Granado, a Phebo já responde por metade das vendas do grupo, que devem atingir R$ 180 milhões em 2010. Entretanto, a operação ainda pode ser melhor explorada, na avaliação da diretora de marketing e vendas do grupo, Sissi Freeman, e por isso, os projetos com a marca começam a sair da gaveta. "Acreditamos que a Phebo tem potencial para vender muito mais e começamos a por em prática ações focadas só na expansão desse negócio", diz ela.
Para fazer a Phebo ganhar musculatura mais rapidamente, o primeiro passo será a abertura de uma loja on-line que deve começar a operar até o fim deste mês. Os produtos vendidos passaram por uma repaginação que foi finalizada em julho. Cerca de 80 itens da marca foram relançados, entre hidratantes, espumas de banho e colônias, com mudanças na embalagem e, pela primeira vez em dez anos, a companhia desenvolveu um novo sabonete - o oitavo do portfólio, batizado "Flor do Oriente". A marca é líder na produção de sabonetes de glicerina, com uma fabricação mensal superior a 7,5 milhões de unidades por mês.
A empresa inaugurou há três semanas a segunda "store in store" da Phebo, localizada dentro de um ponto de venda da Granado, em Brasília. É um espaço destinado apenas para a comercialização de itens da tradicional marca de sabonetes dentro do ponto da Granado. Já existe uma loja nesses moldes no Rio, inaugurada no fim de 2009. Por conta dessa movimentação, a companhia não descarta a possibilidade de criação de uma loja própria da marca futuramente. Mas ainda não há prazo para isso. "Sabemos que há espaço para lojas próprias da Phebo, mas isso será mais para frente", diz Sissi. "Precisamos consolidar mais a marca como referência não apenas em sabonete, mas em outras categorias, que complementam a linha de itens da Granado."
Segundo a executiva, a ideia de trabalhar as duas marcas como linhas complementares é fundamental para evitar duplicidades e canibalização de produtos. Phebo foi uma marca marginalizada como segunda linha nos anos 90, mas, após a compra em 2004, foi revitalizada e se tornou o braço da empresa com nível de distribuição e ganhos de escala superiores aos da Granado. O preço do sabonete Phebo varia de R$ 1,80 a R$ 2,20.
A marca nasceu como uma perfumaria na cidade de Belém, em 1930 (a fábrica ainda está lá), quando dois primos portugueses, Antônio Lourenço da Silva e Mário Santiago, decidiram lançar por aqui um sabonete com o mesmo nível de qualidade dos produtos ingleses e franceses.
Já a Granado, vendida para Freeman pela família Granado em 1990, surgiu como farmácia, tem mais que o dobro do número de itens da Phebo e está posicionada num patamar de preços acima da marca irmã. Um sabonete Granado pode custar até R$ 4. Para este ano, caso alcance a meta de R$ 180 milhões em vendas, o grupo (incluindo as duas marcas) terá ampliado em 50% o faturamento em dois anos - em 2008, a receita somou R$ 120 milhões.
Veículo: Valor Econômico