Com 1,2 milhão de toneladas de trigo em estoque, o governo vai aguardar o reflexo dos preços internacionais no mercado interno para decidir se fará ou não leilões para liberar os estoques públicos. Silvio Farnese, coordenador geral de cereais e culturas anuais do Ministério da Agricultura argumenta que a safra no Paraná está prestes a começar e os preços ainda estão variando muito pouco tendo em vista o aumento nas bolsas internacionais.
"Há possibilidade, sim, de fazer leilões e estoques são para serem usados em situações dessa natureza. Mas é necessário aguardar até setembro, quando a colheita começa a tomar força, para ver como o cenário vai se desenrolar", diz Farnese. Mas ele não descartou realizar antes disso uma operação específica de venda de estoques públicos para o Nordeste - que, por questões logísticas, é mais dependente de importações.
Na sexta-feira, no mercado do Paraná, a saca do trigo teve leve valorização de 0,13% para R$ 22,76, em média, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura do Estado.
Das 1,2 milhão de toneladas estocadas nos armazéns da Conab, cerca de 800 mil são da safra passada, marcada por chuvas na colheita e, por isso, de qualidade prejudicada. "A maior parte é de trigo do Rio Grande do Sul, mais voltado para o mercado de bolachas", diz Farnese.
Veículo: Valor Econômico