Títulos paradidáticos, infanto-juvenis e de culinária puxam alta
Capitalizada após quitar suas dívidas com os recursos que levantou com a venda da divisão de papel do grupo, a editora Melhoramentos chega à 21ª Bienal do Livro com motivos para festejar os seus 120 anos que serão comemorados durante a própria feira que começa na quinta-feira, em São Paulo.
A editora, que tem contrato de exclusividade com o escritor Ziraldo, encerrou o primeiro semestre com aumento de 16% na receita, índice superior aos 12% projetados no início do ano. "Se mantivermos o mesmo ritmo dos últimos seis meses poderemos terminar o ano com crescimento de 20% no faturamento", disse Breno Lerner, diretor-geral da editora Melhoramentos. No ano passado, o faturamento da editora somou R$ 50 milhões.
O desempenho positivo é reflexo das vendas de livros paradidáticos para o governo, que cresceram 20% no primeiro semestre, de títulos infantis mais sofisticados, cujo preço varia de R$ 49 a R$ 89, de livros de culinária também com preços mais elevados e da coleção "Mônica Jovem" (de Mauricio de Sousa), que em apenas um mês vendeu 140 mil exemplares.
Para a próxima Bienal, a Melhoramentos vai levar 50 lançamentos, que vão desde títulos infantis e de culinária até produtos que mesclam o livro tradicional a novas tecnologias. Nesse sentido, um dos lançamentos mais esperados é um livro que usa uma tecnologia chamada "realidade aumentada". O livro pode ser usado como um joystick em um jogo no computador. "A criança precisa saber a história do livro para jogar no computador. Nesse caso, o livro e a tecnologia andam juntos", explica Lerner.
Ainda no mundo virtual, a Melhoramentos lança, em parceria com a livraria Saraiva, oito títulos clássicos da literatura infantil, como "O Patinho Feio" e "O Gato de Botas", que poderão ser baixados na internet. Cada download poderá ser feito por R$ 9,90.
Outra novidade são os livros com histórias do Peixonauta, personagem de desenho animado brasileiro que é sucesso entre as crianças. A Melhoramentos é a primeira a editora a obter os direitos autorais do programa infantil, cuja atração principal é um peixe que usa um escafandro para viver fora d'água e soluciona mistérios.
Para colocar as novidades no mercado, a editora está investindo neste ano cerca de R$ 4,5 milhões no desenvolvimento de produtos infanto-juvenis, o que representa o dobro do montante aplicado no ano passado.
A editora faz parte do grupo Melhoramentos, da família Weiszflog, que possui ainda negócios na área de plantação de florestas para fabricação de papel e mercado imobiliário. Em meados de 2009, o grupo vendeu sua divisão de papel para a chilena CMPC e com isso conseguiu pagar seu endividamento, que somava R$ 280 milhões, e hoje opera com caixa líquido de cerca de R$ 60 milhões.
Veículo: Valor Econômico