Número de contratações em Minas pode atingir a marca de 8,5 mil postos de trabalho.
O reaquecimento da economia interna poderá levar o comércio varejista mineiro a contratar funcionários temporários mais cedo para atender à demanda de final de ano. De acordo com dados da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), na comparação com o último trimestre do ano anterior, o setor deve apresentar crescimento de até 8% no número de contratações, que podem atingir a marca de 8,5 mil postos de trabalho apenas nos quatro últimos meses do ano.
Em virtude da escassez de pessoal qualificado, grande gargalo do segmento, mais de 50% das vagas devem ser preenchidas em setembro, um mês antes do previsto. O objetivo é promover a capacitação e o treinamento dos novos empregados, para que eles estejam aptos a lidar com o robusto aumento no volume de vendas esperado para o setor.
Conforme o presidente do Sindicato dos Lojistas de Belo Horizonte (Sindilojas-BH), Nadim Donato, a expectativa é de crescimento de 12% nos três últimos meses do ano em relação ao idêntico intervalo de 2009.
"Para mais de 50% dos funcionários contratados para o final do ano pelo varejo, essa é a primeira oportunidade de emprego formal. São pessoas que, geralmente, nunca tiveram nenhum tipo de experiência em vendas, por isso precisam de uma preparação específica para o trabalho", revelou o presidente da Associação dos Lojistas de Shopping Center de Minas Gerais (Aloshopping-MG), Marcelo Henrique de Almeida. Ele calcula a criação de aproximadamente três mil vagas apenas nos shoppings da Capital.
Alternativa - Para proporcionar mão de obra qualificada para o setor, a Faculdade da CDL-BH (Fatec Comércio) criou um curso gratuito com 500 vagas de capacitação para os cargos mais requisitados no final de ano, que são de vendedor, estoquista, analista de crédito, operador de caixa e de telemarketing.
As inscrições foram abertas em agosto. Após o treinamento, os candidatos são encaminhados às oportunidades de trabalho, por meio do banco de oportunidades e do Sistema Nacional de Emprego CDL-BH. A entidade recebe, em média, dez novas vagas de emprego por dia. No último trimestre, este número chega a triplicar. Segundo dados da CDL-BH, cerca de 30% dos temporários são efetivados após o último trimestre do ano.
A realização de treinamentos especializados também é a alternativa utilizada pela Associação Mineira de Supermercados (Amis-MG). A previsão do setor supermercadista é de criação de 6,6 mil postos de trabalho no Estado para o período entre setembro e dezembro, número 5% maior do que o registrado nos três últimos meses do ano passado. Atualmente, o segmento é responsável por 132 mil empregos em Minas.
Diretas - Em todo o Estado, mais de 13 mil contratações por tempo determinado devem ser intermediadas no último trimestre por empresas terceirizadas com especialização neste tipo de serviço. Essa é a previsão do presidente do Sindicato das empresas de prestação de serviço a terceiros, colocação e administração de mão de obra, recursos humanos e trabalho temporário no estado de Minas Gerais (Sinserht-MG), José Carlos Teixeira.
"O número seria muito maior se não fossem as contratações diretas. Sabemos que o preenchimento de grande parte das oportunidades de trabalho não passam por empresas especializadas", afirmou.
"A diferença é que toda a mão de obra contratada por meio destas empresas está amparada pela Lei 6.019, que regulamenta o emprego temporário. O funcionário que trabalhará por tempo limitado terá todos os direitos elencados pela norma, equiparando seu cargo ao de um empregado efetivo. Nem sempre aqueles que são contratados de forma direta recebem estes benefícios", ressaltou.
Teixeira estima que 80% das vagas criadas para o fim de ano devem ser destinadas ao comércio varejista, que é o setor que mais demanda pessoal neste período. Os 20% restantes são referentes ao setor de prestação de serviços.
Veículo: Diário do Comércio - MG