Os preços dos derivados do trigo começam a refletir o efeito da suspensão das exportações de grãos pelos russos. Calcula-se, para esta semana, que a farinha registre avanço entre 15% e 20%; o pão francês entre 7% e 10% e a massa seca, 10%. Desde o fim de junho, quando teve início a forte onda de calor na Rússia - e países vizinhos como Ucrânia e Cazaquistão - trigo, milho e soja subiram 70%, 15% e 10%, respectivamente, na Bolsa de Chicago.
Moscou havia avisado que iria suspender os embarques e, no último domingo, colocou em prática a proibição das vendas externas dos cereais. Por conta do clima, o governo russo estima que a perda nos grãos pode chegar a 25%. Seguindo a mesma tendência, ontem, o Ministério de Política Agrária da Ucrânia anunciou que reduzirá as vendas externas de cereais a 3,5 milhões de toneladas até o fim deste ano.
Antenor Barros Leal, presidente dos sindicatos da Indústria do Trigo do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, disse que o valor da tonelada de trigo subiu em média US$ 100 na Bolsa de Chicago desde o dia 15 de julho. "A farinha aumentou e os derivados irão aumentar conforme a alta dos percentuais do trigo", afirmou. Leal contou que o aumento nos preços pelos moinhos não ficará abaixo dos 20%.
A produção global de trigo é de 650 milhões de toneladas, enquanto o comércio internacional é de 100 milhões de toneladas. "O mercado é muito sensível e qualquer mexida altera dramaticamente os preços", disse Leal.
Lawrence Pih, presidente do Moinho Pacífico, contou que se o tempo na Rússia melhorar é possível que Moscou retome o processo natural das exportações antes do prazo estipulado, que vai até o fim de dezembro. No entanto, se não houver melhoras, a safra 2010/2011 de trigo poderá ser prejudicada, uma vez que o plantio se iniciará em setembro, ainda de acordo com Pih.
Para Ana Paula Kowalski, analista de mercados agrícolas da AF News, Rússia, Ucrânia e Cazaquistão correspondem a 27% das exportações de trigo no mundo. "Agora, abre-se mercado para outros importantes exportadores, como os Estados Unidos e a União Europeia, principalmente França e Alemanha. Esse é um dos principais impactos do momento, a redefinição dos embarques mundiais", afirma.
O último balanço do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgado em agosto, aponta que, com a proibição dos russos, os Estados Unidos poderão exportar 32,66 milhões de toneladas neste ano, ante quase 24 milhões de toneladas de 2009, aumento de 36%, explicou Ana Paula. Ainda segundo o mesmo levantamento do USDA, para o ciclo 2010/2011, a União Europeia poderá vender 24 milhões de toneladas, contra 21,5 milhões de toneladas da última temporada.
Ucrânia
A Ucrânia, um dos maiores exportadores de cereais do mundo, reduzirá as exportações de grãos a 3,5 milhões de toneladas até o fim de 2010 por causa da onda de calor e da seca que afetam o país.
"Estamos propondo que exportemos 2,5 milhões de toneladas até o fim do ano", afirmou o ministro Mykola Prysiajniuk, acrescentando que os milhões de toneladas de cereais que já se encontram nos portos ucranianos também serão exportados.
A medida deverá entrar em vigor em 1º de setembro. A Ucrânia, primeiro abastecedor mundial de cevada e sexto de trigo, exportou mais de 21 milhões de toneladas de cereais entre junho de 2009 e junho de 2010. Com o anúncio, os preços mundiais do trigo alcançaram níveis recordes, depois de ser alvo de um aumento constante nas últimas semanas. A Rússia exportou, em 2009, 21,4 milhões de toneladas de cereais.
Os preços dos derivados do trigo começam a refletir o efeito da suspensão das exportações de grãos pela Rússia. Calcula-se, para esta semana, que a farinha registre avanço entre 15% e 20%; o pão francês entre 7% e 10% e a massa seca, 10%. E a tendência é de mais elevação: ontem, foi a vez da Ucrânia de restringir exportações por conta do clima. O país anunciou corte de 3,5 milhões de toneladas nas vendas externas de cereais até o fim deste ano.
Desde o fim de junho, quando teve início a onda de calor na Rússia, trigo milho e soja subiram 70%, 15% e 10%, respectivamente, na Bolsa de Chicago.
Moscou havia avisado que iria suspender os embarques e, no último domingo, colocou em prática a proibição de embarques dos grãos. Por conta do clima, o governo russo estima que a perda nos grãos pode chegar a 25%. Antenor Barros Leal presidente dos sindicatos da Indústria do Trigo do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, disse que o valor da tonelada de trigo subiu em média US$ 100 na Bolsa de Chicago desde o dia 15 de julho. "A farinha subiu e os derivados irão aumentar conforme a alta dos percentuais do trigo", diz. Leal contou que o aumento nos preços pelos moinhos não ficará abaixo dos 20%.
A produção global de trigo é de 650 milhões de toneladas, enquanto o comércio internacional é de 100 milhões de toneladas. "O mercado é muito sensível e qualquer mexida altera dramaticamente os preços", disse Leal.
Lawrence Pih, presidente do Moinho Pacífico, contou que se o tempo na Rússia melhorar é possível que Moscou retome o processo natural das exportações antes do prazo estipulado, que vai até o fim de dezembro. No entanto, se não houver melhoras, a safra 2010/2011 de trigo poderá ser prejudicada, uma vez que o plantio se iniciará em setembro.
Veículo: DCI