Samsung terá fábrica de LCD no país

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Plano prevê investimento de R$ 290 milhões e contratação de 250 pessoas


  
A coreana Samsung vai montar uma fábrica de telas de cristal líquido (LCD) no Brasil. Trata-se do maior investimento nesse tipo de atividade já feito no país por multinacionais de eletrônicos. O orçamento, conforme apurou o Valor, vai ultrapassar R$ 290 milhões, que serão aplicados nos primeiros três anos de operação. Nos 12 meses iniciais, serão investidos R$ 90 milhões na unidade.

 

A fábrica, que inicialmente será usada para montagem de aparelhos de televisão com tecnologia LED, será construída na Zona Franca de Manaus, onde a Samsung já detém uma unidade de produção de outros equipamentos e emprega 2,2 mil funcionários. A montagem do LCD será feita por mais 250 pessoas, aproximadamente.

 

Procurada pelo Valor, a Samsung informou, por meio de sua assessoria de comunicação, que não comentaria o assunto.

 

Até agora, todas as telas de LCD da Samsung são fabricadas na Ásia. No Brasil, só eram feitas algumas atividades secundárias de montagem dos aparelhos. Com a nova unidade, a Samsung deverá comprar, separadamente, todos os componentes que formam a TV para então integrá-los localmente, o que significa trazer para o país etapas mais complexas da produção.

 

Pelo plano, mais de 1,6 milhão de unidades de LCD serão montadas no primeiro ano, saltando para 1,8 milhão e 2,2 milhões nos dois anos seguintes. Com a fábrica, a Samsung vai reduzir o custo de produção e melhorar o tempo de entrega.

 

No fim do ano passado, o governo aprovou as regras do Processo Produtivo Básico (PPB) para as telas de LCD, reduzindo os impostos para quem produzir no país. A primeira multinacional a aderir foi a holandesa Philips. A produção de LCD da empresa, que contou com investimento inicial de R$ 20 milhões em equipamentos, teve início em março. A meta da Philips é montar 1 milhão de telas no primeiro ano, chegando a 1,3 milhão em 2012.

 

Outros fabricantes também têm planos para montar unidades de LCD no país. A taiwanesa AOC, maior fabricante mundial de monitores de computador, pretende injetar R$ 20 milhões no projeto. A brasileira CCE prevê investir R$ 50 milhões na produção de 300 mil unidades mensais. A lista inclui também a Digiboard e a H-Buster. Essa última é controlada pelo grupo China Electronic Corporation.

 

Com esses projetos e o potencial do mercado projetado pela Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, a Zona Franca espera convencer a indústria de eletrônicos a instalar uma fábrica plena de LCD no país. A companhia executaria localmente 100% do processo, desde a fabricação do vidro polarizado e a composição da lâmina até a prensagem do LCD. Especialistas do setor estimam que uma operação completa envolveria um investimento de pelo menos R$ 1bilhão.

 

O mercado de telas de LCD deu um salto no primeiro semestre, impulsionado sobretudo pela demanda por TVs em função da Copa. De acordo com a consultoria GfK Retail Technology, as vendas de telas cresceram 100% no primeiro semestre, para 2,6 milhões de unidades. A consultora Gisela Pougy observa que a linha de telas de 32 polegadas foi a que mais cresceu, devido à demanda das classes C e D. A participação do segmento sobre o total das vendas passou de 32% para 40,3%.

 

Os investimentos na produção de LCD foram os mais relevantes entre os 56 projetos industriais aprovados na semana passada pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa). Juntos, segundo o órgão, eles somam US$ 985 milhões. "Em média, a Suframa avalia de 40 a 45 projetos por reunião. Os investimentos estão bastante aquecidos", afirma Oldemar Ianck, superintendente adjunto de projetos da Suframa.

 

Segundo Ianck, os projetos aprovados no ano até agora somam US$ 2 bilhões, mais que o valor de US$ 1,8 bilhão de todas propostas de 2009. Para o ano, a expectativa da Suframa é de que o volume de investimentos chegue a US$ 3 bilhões, dos quais US$ 1 bilhão serão na compra de máquinas e montagem de infraestrutura. No ano passado, os aportes em bens de capital foram de US$ 600 milhões.
 

 

Veículo: Valor Econômico


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