Preço da cesta do DIÁRIO subiu 2,42% em agosto puxado pela alta do sal e do alho. Já a cebola caiu
Reduzir o tempero pode ser bom para a saúde e também para o bolso. Pesquisa Cesta Básica do DIÁRIO realizada mensalmente em 25 supermercados das cinco regiões de São Paulo aponta que os preços subiram 2,42% de julho para agosto, para R$ 146,55. No mês anterior, o custo era R$ 143. Os itens que puxaram a alta foram os temperos. Entre os vilões, está o quilo do sal (alta de 33,5%), que subiu pela primeira vez desde o início da pesquisa, em março. O alho também teve alta expressiva, de 13,42%.
A cebola, por sua vez, está no papel de mocinha e garante pratos saborosos sem gastar mais no mês. Seu preço caiu em grande parte dos supermercados visitados. No Compre Bem da Zona Leste, por exemplo, a queda chega a 44,2% e o quilo sai por R$ 1,98.
SAFRA DA CEBOLA/ De acordo com Flávio Godas, economista da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), o preço da cebola caiu por conta da grande oferta do produto pelos produtores nacionais e estrangeiros. "Estamos na safra da cebola e ela está vindo com muita qualidade para os supermercados. O valor deve permanecer o mesmo em setembro e aumentar aos poucos até outubro", diz.
Já no caso do alho, o especialista explica que o produto já estava com um valor acima do normal nos últimos dois meses e está crescendo cada vez mais por conta baixa oferta no país. "Importamos o alho da Argentina e eles estão com falta lá. Isso provoca a falta do tempero e a alta do preço, uma vez que o Brasil não produz a quantidade suficiente para a demanda."
A pesquisa Cesta Básica do DIÁRIO é realizada nos últimos dias do mês e divulgada no primeiro dia útil do mês seguinte. São pesquisados os mesmos supermercados da capital, cinco de cada região (Norte, Sul, Leste, Oeste e Centro).
Alta no consumo de produtos fez o carrinho encarecer
Além do alho e do sal, outros produtos foram responsáveis pela alta da cesta básica durante o mês de agosto. Com o inverno e fim das férias, houve o aumento do consumo e, consequentemente, do preço dos produtos. Nos 25 supermercados visitados pelo DIÁRIO, quase todos os itens tiveram um aumento aparentemente irrisório, mas que, em conjunto, elevou o valor total das compras.
O biscoito Maisena, por exemplo, está custando até R$ 2,05. No mês passado, o valor do mesmo produto não passou de R$ 1,95. Outro item que sofreu uma elevação foi o sabão em pedra, bastante usado pelas donas de casa e empregadas domésticas. O produto de limpeza com quatro unidades, que custava cerca de R$ 3,98 no mês passado, agora está sendo vendido por até R$ 5,98 nos supermercados. Em quatro estabelecimentos, o valor do detergente líquido subiu um pouco, passando de R$ 0,98 para R$ 1,06, em média.
Como na pesquisa anterior, o valor do papel higiênico com quatro unidades continua variando mais de 50% nos supermercados, sendo que não há nenhuma diferença entre os produtos.
De acordo com João Galassi, novo presidente da Associação Paulista de Supermercados (Apas), a diferença do valor dos produtos nos supermercados se dá, em maioria, por conta do perfil do estabelecimento. "Cada local tem seu público alvo e investe em uma estrutura adequada para seus clientes. Por esse motivo, o valor dos produtos pode variar de mercado para mercado", explica o presidente, que tomou posso ontem à noite.
Veículo: Diário de S.Paulo