Redes varejistas de Santa Catarina preparam expansão para atender clientes emergentes, pois preveem aumento do consumo nos próximos anos
Quando a classe C ganha mais poder de compra, uma das primeiras portas que ela bate é a do supermercado. Ao encarar esta realidade animadora, os grupos catarinenses Giassi e Bistek preparam- se para conquistar consumidores e comemorar bons resultados financeiros.
O supermercado Giassi não quer perder tempo durante esta boa fase do varejo nacional e a ascensão das classes mais baixas e planeja abrir uma unidade por ano utilizando capital próprio, dependendo do comportamento de mercado. Em novembro, está prevista a inauguração deumsupermercado em Criciúma. Com isso, o faturamento de R$ 680 milhões registrado no ano passado, comdez lojas, deve saltar a R$ 800 milhões este ano.
“Somos adeptos da estratégia de fazer bem o feijão com arroz. Isso significa atender direito, ser transparente. Não ficamos entrando em guerra de preços, mas sempre deixamos os produtos acessíveis aos consumidores”, afirmou o diretor-presidente Zefiro Giassi, que fundou a rede há 50 anos.
Porém, para seguir em ritmo veloz, o Giassi enxerga alguns desafios. Na verdade, são efeitos do crescimento econômico. Um deles é a aquisição de terrenos. “Quando aparece algum interessado, o preço sobe. Às vezes, quando a loja é grande precisamos comprar mais de um terreno e a negociação se torna mais complexa porque envolve maior número de proprietários”, afirma.
Giassi afirmou que a nova unidade de Criciúma terá custo entre R$ 25 milhões e R$ 30 milhões. Dependendo do tamanho das lojas futuras e da localização, o investimento para os próximos anos pode girar em torno deste valor. Para 2011, a meta é construir uma loja em São José.
A rede Bistek é outra rede em crescimento. Em 2009 faturou R$ 450 milhões em suas dez lojas e prevê uma explosão de consumo nos próximos anos. A ideia é alcançar a cifra de R$ 1 bilhão em 2014, ano em que o comércio terá como aliada a Copa do Mundo no Brasil.
Até lá, o Bistek planeja alargar as portas (literalmente) para permitir aos consumidores entraremàs centenas emsuas unidades. Uma das principais estratégias é reformar locais consagrados comercialmente. Neste ano, as lojas de Blumenau e Criciúma estão na lista de reforma. Na de Criciúma, as obras vão duplicar o espaço físico de três mil metros quadrados para quase seis mil metros quadrados. As sim, não só ficará preparada para receber mais consumidores, como também para fidelizá-los.
“O perfil do consumidormudou muito em apenas dois ou três anos. Ele quer mais qualidade. E por qualidade entendam- se corredores largos, sem filas nos caixas, ambientes arejados e melhor mix de produtos”, ressalta Walter Ghislandi, diretor comercial do Bistek.
Nos próximos dois anos, serão desembolsados quase R$ 70 milhões destinados para reformas e inaugurações de novas unidades. Até dezembro, a empresa também inicia construções em Blumenau e em São José, na Grande Florianópolis.
Para dar suporte ao projeto de R$ 1 bilhão, o Bistek ergueu em Içara, no sul catarinense, um novo centro de distribuição, inaugurado em março. Graças a ele, a rede pode acelerar o passo, sem medo de tropeçar. O empreendimento tem capacidade para movimentar 130 mil caixas por dia, permitindo ao supermercado triplicar a demanda de hoje, de cerca de 40 mil caixas diariamente.
Tanto o Giassi quando o Bistek concentram as lojas em Santa Catarina, na faixa que vai da região Sul até a Norte, passando pelo litoral. Sem pretensões de sair do Estado, o foco é o consumidor local.
Veículo: Brasil Econômico