Produção de açúcar sobe; seca continua

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Os preços de açúcar continuam em ebulição no mercado internacional. Ontem, na bolsa de Nova York, foi mais um dia de alta, e os futuros para março subiram 22,55 centavos de dólar por libra-peso, 84 pontos a mais que na sexta-feira. Analistas ouvidos pela Bloomberg apontaram mais fundos investindo na commodity, animados pelo cenário de oferta global mais justa.

 

Ontem, a União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica) divulgou relatório sobre a produção no Centro-Sul do Brasil. Por um lado, as estatísticas mostraram uma produção 60% maior de açúcar na segunda quinzena de agosto; por outro, a entidade reforçou que pode revisar novamente para baixo a moagem na região por causa da seca prolongada. A precipitação no mês de agosto, segundo a entidade, está 95% abaixo do registrado no mesmo período de 2009 e 88% abaixo dos índices históricos.

 

A produção de açúcar na quinzena em questão bateu em 2,9 milhões de toneladas, ante 1,8 milhão no mesmo intervalo da temporada passada. Isso porque o efeito imediato da estiagem é o aumento da quantidade de açúcares (ATR) na cana, que foi 11% maior do que na mesma quinzena de 2009. Com isso, no acumulado da safra o volume fabricado de açúcar está 30% maior - 22,4 milhões de toneladas -, ante as 17,2 milhões de igual período de 2009.

 

No entanto, o efeito negativo deverá ser sentido nos canaviais a partir do fim da safra. Em seu levantamento divulgado no fim de agosto, a Unica já reduziu em 1,1% a previsão de produção de açúcar na região, para 33,7 milhões de toneladas.

 

No acumulado desde o início da safra, a redução média da produtividade agrícola no Centro-Sul é de 1,6%. "Essa queda deve se intensificar até o final da safra, pois não há expectativa de volume significativo de chuva em setembro", informou a Unica em comunicado. Além disso, segundo a entidade, praticamente toda a cana 'bisada' (que fica em pé de uma safra para outra) e que concentra mais açúcar por hectare, já foi colhida.

 

Ontem, a Unica também informou que cinco usinas do Brasil obtiveram registro do governo dos Estados Unidos reconhecendo o etanol produzido como combustível renovável avançado. Entre as usinas, estão a Usina Central Energética Vale do Sapucaí (Cevasa), controlada pela americana Cargill, e algumas associadas da Copersucar.

 


Veículo: Valor Econômico


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