CEO do Carrefour explica a reinvenção do seu modelo

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O novo formato dos hipermercados do Carrefour, no subúrbio de Lyon (França), tem mais área útil para alimentos congelados e alimentos orgânicosCarrefour, segunda maior rede de supermercados do mundo, investirá € 1,5 bilhão (US$ 2 bilhões) ao longo de dois anos e meio para revitalizar seu formato de hipermercado na Europa Ocidental, disse ontem o CEO Lars Olofsson.

 

A varejista francesa planeja converter 245 dos 500 hipermercados ao modelo Carrefour Planet, a partir do segundo trimestre de 2011, disse Olofsson, em Lyon, no sudeste da França. Cada conversão custará cerca de € 4,2 milhões, ou 50% do custo de uma loja-piloto aberta em agosto em Ecully, no subúrbio de Lyon. As 255 lojas remanescentes, que são menores e respondem por 30% da receita da divisão, serão modernizadas no "espírito" do Carrefour Planet e terão produtos semelhantes, apesar de permanecerem sob a bandeira Carrefour, disse Olofsson. A reforma de cada um dos pontos de venda menores custará menos de € 2 milhões.

 

"Ao reinventar o hipermercado, reinventamos o Carrefour", disse Olofsson. As superlojas respondem por 40% do faturamento total de vendas, ele disse, acrescentando que o programa de conversão impulsionará a receita e a rentabilidade.

 

Carrefour remodela o formato de hipermercado como parte de uma estratégia para reduzir preços, vender mais dos seus próprios produtos, e investir mais em descontos e em publicidade. A receita nos hipermercados europeus do Carrefour estagnou. Os consumidores compram alimentos mais perto das suas casa ou optam por lojas de departamento ou as especializadas em vestuário e produtos de beleza.

 

O Carrefour planeja converter a maioria dos 500 "hiper" na França, Bélgica, Espanha, Itália e Grécia ao novo formato até o fim de 2012 e a totalidade delas, até o começo de 2013, disse Olofsson.

 

As vendas nos hipermercados franceses do Carrefour abertos há pelo menos um ano aumentaram 0,8% no segundo trimestre. O resultado é menor do que o ganho de 2,6% nas vendas totais na comparação entre lojas da varejista abertas há mais de um ano no país. Excetuando a França, que responde por 43% da receita total, as vendas do Carrefour em lojas abertas há mais de um ano na Europa Ocidental caíram 4,9%.

 

As novas lojas têm mais espaço de corredores, claramente delineando zonas de produto, e mais área útil para categorias como alimentos congelados e alimentos orgânicos, artigos de beleza e moda. As lojas-piloto francesas que foram abertas em 25 de agosto nos subúrbios de Lyon, em Ecully e Venussieux, registram aumento de vendas de pelo menos 10%, disse Olofsson.

 

O Carrefour projeta que as conversões devam gerar expansão adicional nas vendas de 18% até 2015, ou um aumento médio anual de 3,4%. A reformulação elevará a "contribuição de atividade antes de depreciação e amortização" (uma medida do lucro operacional) em € 315 milhões até 2013, e em € 650 milhões, até 2015.

 

As conversões integram o plano de transformação da varejista até 2012, que deverá render ganhos de € 4,5 bilhões. O Carrefour espera que as vendas, excluindo gasolina, atinjam € 105 bilhões até 2013 e € 120 bilhões até 2015. Em 2009, as vendas foram de € 79 bilhões.

 

Onde o Carrefour, que opera em 34 países, não conseguir se firmar como líder ou como um sólido segundo colocado, como na Tailândia, "se alguém estiver disposto a me apresentar uma proposta, estarei disposto a examiná-la", diz Olofsson. A varejista planeja sair de Cingapura, Malásia e Tailândia.

 

"Não tenho pressa, não preciso do dinheiro", disse Olofsson. "Estou me concentrando em reinventar os hipermercados e na Europa, que é a maior oportunidade que existe".

 

Olofsson disse também que está aberto para avaliar aquisições e não exclui vender ações na divisão imobiliária do Carrefour para o público. "Se um dia eu precisar financiar uma aquisição, estarei pronto para examiná-la", disse Olofsson, repetindo comentários que havia feito em fevereiro. Mas descartou ceder o controle, de 51%.

 

Veículo: Valor Econômico


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