Alta dos alimentos no atacado provoca disparada da inflação

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O avanço da inflação agropecuária no atacado, de 0,22% para 3,55%, levou à taxa maior do Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10), que saiu de uma alta de 0,46% para um aumento de 1,12% de agosto para setembro. Segundo afirmou na última sexta-feira o economista André Braz, da Fundação Getulio Vargas (FGV), um dos destaques foi o comportamento dos preços de lavouras temporárias (de 0,49% para 5,34%) que são produtos com mais de uma safra, como soja e milho.

 

O cenário é bem similar ao que foi mostrado em dois outros indicadores calculados pela FGV, como o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) de agosto e a primeira prévia do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) de setembro. Assim como foi observado nestes outros indicadores, a inflação do minério de ferro desacelerou de 13,72% para 5,35% de agosto para setembro.

 

Ao mesmo tempo, houve elevações de preços expressivas em produtos importantes no cálculo da inflação atacadista, como soja em grão (6,60%), milho em grão (12,37%), algodão em caroço (26,22%) e bovinos (4,83%). "Foram originadas do setor agrícola as elevações de preços que mais contribuíram para o IGP-10", admitiu Braz.

 

Para o coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros, os preços agropecuários são influenciados por vários fatores. "Temos problemas de entressafra que geralmente ocorrem no segundo semestre, a afetar a demanda interna. E problemas de quebra de safra no exterior, como a do trigo na Rússia, que acaba diminuindo também a oferta doméstica. Além disso, a demanda para as exportações de carnes está se recuperando depois da crise."

 

Ainda na sexta-feira, o coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), Antonio Evaldo Comune, elevou de 0,25% para 0,30%, a previsão de inflação para a capital paulista para o encerramento de setembro. Ele afirmou que o aumento na estimativa para o indicador da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) no final do mês está ligada ao avanço mais intenso do que era esperado para o grupo alimentação, cuja expectativa para setembro também foi ajustada, de uma variação positiva de 0,36% para 0,90%. "A alta do grupo deve continuar sendo o destaque."

 

A Fipe divulgou que a taxa do IPC da segunda quadrissemana de setembro atingiu 0,21%, superior ao verificado na primeira quadrissemana do mês, de 0,15%. Neste resultado, o grupo alimentação apresentou alta de 0,42% ante variação positiva modesta de 0,05% da primeira medição de setembro.

 

Veículo: DCI


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