O consumidor que for comprar presentes para o Dia da Criança encontrará produtos 4,09% mais baratos que há um ano. o que mostra o Índice do Custo de Vida (ICV) calculado entre setembro de 2009 e agosto deste ano pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O percentual vai na contramão da inflação geral registrada no mesmo período, de 5,15%.
O proprietário da loja Semaan, Marcelo Mouaward, aponta alguns fatores que influíram em tal queda. O primeiro é o aumento dos estoques das empresas, resultado da sobra de produtos do último ano. "Apesar do bom Natal de 2009, o Dia da Criança não foi tão bom assim", explicou. O segundo ponto citado por Mouaward é a queda do dólar e o conseqüente barateamento dos itens importados
Os pais que optarem por produtos nacionais notarão uma redução de 4% em relação a 2009, de acordo com estudo feito pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq) com uma cesta de 900 itens.
Chineses - Na opinião do presidente da Abrinq, Synésio Batista da Costa, a queda é explicada pela escala econômica. Ou seja, as empresas daqui deixaram de fabricar produtos - como ursos de pelúcia e bonecas de plástico - em que não conseguiam competir com os chineses e voltaram a produção para brinquedos com maior valor agregado. Resultado: 800 lançamentos para a data. E a queda de 4% também é esperada para o Natal, quando o mercado deve receber outras 400 novidades.
A data também é esperada com otimismo pelo varejo. A Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop) projeta vendas 16,5% maiores ante 2009, além de gasto médio entre R$ 80 e R$ 120. Já a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) estima alta entre 8% e 10%. "O varejo vem tendo um bom desempenho no ano e o Dia da Criança não deve ser diferente", comentou o economista-chefe da associação, Marcel Solimeo.
Somado aos indicadores econômicos positivos, como renda, emprego, confiança do consumidor e crédito, Mouaward aponta o sucesso de filmes e desenhos na TV como grandes impulsionadores de vendas. Um exemplo é o lançamento do filme Toy Story 3, que fez o boneco do astronauta Buzz Lightyear ser um dos mais desejados. Outros brinquedos que prometem ser líderes de vendas são o Senhor Cabeça de Batata, que volta às prateleiras graças ao Toy Story, e os produtos dos personagens infantis Ben 10 e Bakugan. Para as meninas, a Barbie é sempre a preferida.
Segunda mão - Os brechós aparecem como opção de compra para quem não pretende gastar muito com o presente das crianças. Um exemplo é uma bicicleta do Homem-Aranha aro 16 com rodinhas vendida por R$ 60 no Brechó Pistache. "As pessoas não devem ter receio de comprar em brechós. possível ir até a loja e verificar o estado de conservação dos brinquedos", explicou a proprietária Francine Cangueiro.
"A saída de brinquedos é muito rápida e esperamos um aumento nas vendas para o Dia da Criança", afirmou a gerente do brechó Repeteco, Valeska Pinheiro.
No Second Hand, grande parte dos brinquedos vendidos é voltada para bebês de até dois anos. O preço de mercado do produto Aprender e Brincar/Potinhos das Formas da Fisher-Price, por exemplo, é R$ 129. No brechó, informa a sócia Luciana Del Bianco Braile, custa R$ 60. (AE)
Veículo: Diário do Comércio - MG