Sucroalcooleira pretende ser empresa de marca, a exemplo de Unilever, e deve investir em itens como café e biscoito
Empresa inaugura usina em MS que pode produzir 90 milhões de litros de etanol e 185 mil toneladas de açúcar
Os planos da Cosan vão além de açúcar, álcool e bioenergia. A empresa pretende aumentar o seu portfólio na área de alimentos e, para atingir o consumidor, deverá usar a marca União, tradicional em açúcar.
"O objetivo é ser uma empresa de marca, como a Unilever. E a única marca nacional que temos hoje, em alimentos, é União", afirmou o presidente do grupo Cosan, Marcos Lutz.
Ele não informa em quais categorias de produtos a Cosan Alimentos -divisão do grupo que deve se transformar em uma nova empresa já em 2011- vai estrear.
"Ainda não fechamos uma proposta para levar ao conselho de administração. Mas eu quero fazer algum lançamento no ano que vem", disse Lutz ontem, após a inauguração de usina da companhia em Caarapó (MS).
Os primeiros passos, portanto, parecem definidos. "Em um primeiro momento, devemos nos concentrar em commodities para produtos de varejo."
Nesse sentido, o lançamento de uma linha de café e de produtos derivados de trigo, como massas e biscoitos, é o mais provável, conforme sinalizado pelo executivo.
Além da definição sobre a categoria de estreia no segmento, a Cosan finaliza estudos sobre o modelo de negócio que deve adotar. "Podemos adquirir unidades fabris em determinados segmentos ou optar por comprar os produtos já prontos e apenas colocar a nossa marca", afirma Lutz.
Além da União, a Cosan possui a marca Da Barra.
EXPANSÃO
A usina de Caarapó, que recebeu R$ 530 milhões em investimentos, já iniciou as atividades neste ano, com o processamento de 2 milhões de toneladas de cana.
A moagem deve atingir 2,5 milhões de toneladas, para a produção de 90 milhões de litros de etanol e 185 mil toneladas de açúcar. Nesta primeira fase de produção, a capacidade instalada de cogeração é de 76 MW.
Mesmo recém-inaugurada, Caarapó já tem expansão programada. Em uma terceira fase de produção, a usina pode chegar a processar 6 milhões de toneladas anuais.
"Nosso projeto de atingir a moagem de 70 milhões de toneladas nos próximos três anos compreende a expansão desse projeto", disse Rubens Ometto, presidente do conselho de administração da Cosan e fundador da empresa.
Hoje, a capacidade de processamento da Cosan é de aproximadamente 60 milhões de toneladas de cana.
"No caso de uma ou duas grandes aquisições, esse processo pode ser mais rápido", acrescentou Ometto, indicando apetite por aquisições.
Veículo: Folha de S.Paulo