Fábricas novas ajudam a aumentar oferta para o Natal

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Empresas que inauguraram fábricas novas ao longo deste ano agora podem planejar o atendimento da produção sem recorrer à contratação de temporários. Mesmo nessas empresas, contudo, está previsto o trabalho em dois ou três turnos de produção e a realização de horas extras. Mesmo empresas que não planejam equipes extras, estimam vendas superiores às do ano passado.

 

A meta de aumento do faturamento para o segundo semestre de 2010 era de 21% sobre 2009, mas foi revista para 35% na West Coast, fabricante de calçados, informa Rafael Schefer, diretor de mercado da empresa. A companhia, que neste ano já investiu R$ 5 milhões em uma fábrica em Sergipe, pretende continuar investindo para produzir mais.

 

"Investimos não só em novas plantas, mas também em maquinário e, principalmente, em pessoal", diz Schefer. Nos nove primeiros meses do ano, a West Coast mais que dobrou o número de funcionários - dos 500 que dispunha em 2009, passou para 1,1 mil. Parte desse salto no emprego, no entanto, decorreu de incorporação e formalização. Schefer calcula que a empresa fechará o ano com 3,5 milhões de pares vendidos.

 

Desde o início do ano a Bibi, fabricante de calçados infantis do Rio Grande do Sul, está operando acima dos 90% da capacidade produtiva, tendo produzido 3,1 milhões de pares até setembro. Segundo Marlin Kohlrausch, presidente da empresa, as vendas nos últimos três meses do ano serão cerca de 20% maiores que em igual período de 2009. "Trata-se de um crescimento muito forte, porque o último trimestre de 2009 foi justamente o que impulsionou o crescimento que vemos ao longo de 2010", avalia Kohlrausch. Apesar dos planos, a empresa não deve contratar temporários para reforçar a produção neste fim de ano.

 

A Brandili, empresa de confecção infantil de Santa Catarina, projeta um crescimento de 19% no faturamento deste ano e uma produção de 14 milhões de peças, cerca de um milhão de peças a mais do que em 2009. Apesar do otimismo, a Brandili não prevê a contratação de temporários ou reforço nos 1,5 mil funcionários. A principal razão é que a empresa inaugurou uma fábrica e atenderá à demanda extra com ajuda dela. A fábrica, que tem capacidade de 300 mil peças/mês, empregou 300 pessoas e já está em operação, mas terá inauguração oficial em novembro.

 

"O comércio tem expectativa de um grande aumento de movimento, devido ao maior poder de compra da população, entre outros fatores, mas a nossa indústria já vem trabalhando para suprir esse aumento da demanda desde o início do ano", informou Germano Costa, diretor comercial da Brandili.

 

O setor têxtil deve ter um bom fim de ano, apesar do aumento da competitividade dos produtos importados, segundo o diretor-superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), Fernando Pimentel. "As indústrias estão rodando cheias, e a perspectiva do varejo é muito boa, mas há forte crescimento das importações. A previsão do varejo é crescer 10%, assim como a indústria do setor têxtil. Enquanto isso, as importações crescem 50%", diz Pimentel. Ele diz que não há grande tradição do setor em contratar temporários, mas que houve a criação de 75 mil postos de trabalho só este ano.

 

Marcello Stewers, vice-presidente da Teka, prefere ter cautela em relação às vendas de fim de ano. "Estamos otimistas, apostamos em crescimento, mas tivemos dois meses atípicos depois da Copa. O segundo semestre começou pior do que esperávamos", disse. A Teka não pretende fazer contratações de temporários para a produção de fim de ano. De acordo com o vice-presidente, se houver necessidade, a empresa vai trabalhar com horas extras para os 3,8 mil funcionários nas quatro unidades.

 

José Carlos Arruda, diretor-presidente do grupo Kit's Paraná, de Arapongas, que possui três empresas de móveis e fabrica 250 mil peças por mês, diz que há cinco anos o varejo não programa as compras de cozinhas e quartos para as vendas de Natal com antecedência. Os empresários estão trabalhando com estoques reduzidos e adiando encomendas. Mesmo assim, Arruda está otimista, porque as vendas melhoraram. A empresa ampliou em 20% a produção de setembro em comparação com agosto e planeja alta de mais 10% em outubro e 10% em novembro. A previsão é que as vendas de Natal sejam 10% a 15% maiores que as de 2009.

 

Arruda planeja incrementar a equipe de 850 pessoas com 40 a 50 contratações. Se houver demanda, cogita usar hora extra para pedidos de última hora e ampliar os dois turnos atuais.

 


Veículo: Valor Econômico

 


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