Unigel compra fábrica da Dow que será reativada na Bahia

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Numa negociação que já vinha ocorrendo nos últimos meses, a Unigel acertou a compra da fábrica de estireno da americana Dow na Bahia. O objetivo da Unigel é reativar a unidade até o fim do ano. 

 

O grupo brasileiro não revelou o valor da aquisição. Mas, segundo informou Marc Slezynger, vice-presidente da companhia, uma fábrica nova do mesmo porte custa ao redor de US$ 300 milhões. Fontes do mercado indicam que o negócio teria sido em torno de R$ 100 milhões, mas o grupo não confirma a informação. 

 

A Unigel conversava com a Dow desde maio para a compra da fábrica da antiga Estireno do Nordeste (EDN), instalada no pólo petroquímico de Camaçari. A unidade está desativada desde o início deste ano, sob a alegação de superoferta do mercado mundial. 

 

A transação foi acertada antes de a crise financeira secar as variadas linhas de crédito e levar o dólar às alturas, como ocorreu nos últimos dias. "Seria difícil dizer se o negócio sairia hoje [com a forte instabilidade dos mercados]. Dependeria de como fosse equacionado", explicou Slezynger. 

 

O grupo informou que o governo da Bahia e a petroquímica Braskem, fornecedora de insumos para a unidade, também ajudaram no plano de reativação da fábrica, que empregará 150 funcionários. 

 

Com o negócio, o grupo brasileiro, controlado pela família Slezynger, se transforma no maior produtor nacional de monômero de estireno, matéria-prima utilizada para a fabricação de poliestireno - uma resina plástica encontrada principalmente em embalagens descartáveis, aparelhos de TV e CDs. 

 

"É um grande passo. O negócio coloca a Unigel numa escala de produção mundial", explica Slezynger. "Isso ajuda a diluir os custos de produção", completa 

 

A Unigel já controla a Companhia Brasileira de Estireno (CBE), que produz 120 mil toneladas de monômero de estireno. Com a compra da unidade da Dow na Bahia, o grupo aumentará sua capacidade em mais 160 mil toneladas anuais, totalizando 280 mil toneladas do produto. A unidade na Bahia também produz 180 mil toneladas anuais de etilbenzeno. Nos planos futuros, a CBE poderá ser ampliada em até 220 mil toneladas de estireno. 

 

O grupo Unigel rivaliza com a Innova, uma subsidiária da Petrobras, com capacidade de 255 mil toneladas de monômero de estireno. A própria Innova e a Dow, além da alemã Basf e brasileira Videolar, são grandes produtoras de poliestireno no país. 

 

Além da reativação da unidade, a Unigel pretende investir na modernização da fábrica. A expectativa é aumentar o faturamento em R$ 700 milhões, fazendo com que o grupo alcance R$ 1,2 bilhão apenas com os negócios com estireno. O grupo, que atua em química, plásticos e embalagens, projeta faturar R$ 3,5 bilhões em 2009. 

 

Segundo Slezynger, o objetivo é atender principalmente o mercado interno, que nos últimos tempos sofreu uma avalanche de estireno importado. Calcula-se que 200 mil toneladas de estireno entraram no mercado depois da desativação da unidade. 

 

O negócio não poderia vir em melhor hora para o grupo Unigel. Segundo Slezynger, a desvalorização do real frente ao dólar deverá brecar as importações, criando grandes oportunidades para quem produz no país. 

 

Veículo: Valor Econômico


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