Walmart reforça planos e volta olhos para a classe C do Brasil

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De olho na fomentação das classes C e D brasileiras, a maior varejista do mundo, o Walmart irá investir para ampliar a rede nordestina TodoDia que possui 112 pelo País. A ideia é ampliar a atuação nos mercados emergentes, tanto que para isso terão US$ 14 bilhões de investimentos em 2011, ante os US$ 12,2 bilhões previstos para este ano, principalmente em unidades no Brasil, México e China. Em relação a 2012, a companhia prevê um volume ainda maior: de US$ 13,5 bilhões a US$ 14,5 bilhões. O Walmart prevê até dobrar seus aportes no mercado americano (entre US$ 7,5 bilhões e US$ 8 bilhões), em relação aos investimentos previstos entre US$ 3,5 bilhões e US$ 4 bilhões para o ano fiscal de 2010.

 

"Nosso investimento de capital para o ano que vem será dirigido para novas lojas com ênfase particular nos mercados emergentes como China, Brasil e México", disse o presidente da Walmart International, no relatório divulgado Doug McMillon.

 

O coordenador de graduação da Trevisan Escola e Negócios, Dalton Viesti, afirma que a rede faz a primeira mudança para correr atrás do mercado desde a década de 1990. "Agora é um fato que eles precisam atender este novo público. O Walmart não quer apenas ocupar um espaço neste momento [no mercado]. Eles vêm também para requerer o espaço da concorrência", enfatizou o professor da Trevisan.

 

Hoje os principais concorrentes do Walmart são o líder do setor no País, o Grupo Pão de Açúcar (GPA), que passa por reestruturação após adquirir duas empresas na área de eletrodomésticos, com a compra da rede Ponto Frio e parte das Casas Bahia, além do vice-líder do setor no varejo brasileiro, o grupo francês Carrefour que na última semana anunciou prejuízo de R$ 462 milhões em sua subsidiária nacional. Ambos focam também a expansão às classes C e D, sendo o grupo GPA com a bandeira Extra, e o Carrefour com o Dia.

 

Já a ideia do Walmart é a de focar no País na expansão da rede TodoDia, criada no nordeste, que também tem foco no público de baixa renda. A bandeira tem a maioria das lojas na região de origem, e chegou ao sudeste no final de 2008. No sul, a rede conta com 12 lojas. Atualmente, existem 112 lojas TodoDia no Brasil, sendo 26 unidades no Estado de São Paulo.

 

Uma das principais características do TodoDia é ter em seu quadro de funcionários pessoas do bairro, o que garante também o atendimento mais personalizado da rede aos clientes. A bandeira aposta em conceitos como açougue, padaria e farmácia próprias, de olho na tendência do mercado, em que o novo consumidor quer ir para um hipermercado e conseguir fazer tudo o que precisa no local sem precisar ir para outro local.

 

Aquisições

 

Fora do País, a marca briga agora com o grupo russo X5, que possui a rede supermercadista Kopeika. As negociações para aquisição da empresa com o grupo têm ocorrido desde 2002, e a rede continua insistindo no negócio, até o momento. No mês passado o Walmart já tinha se mostrado com vontade de crescer por meios de compras, quando disse que iria adquirir a sul-africana Massmart Holdings, por US$ 4,6 bilhões. A empresa Massmart é dona das cadeias Makro e Game, e está presente em 14 países, com 290 lojas.

 

Fora o interesse na África, o Walmart continua atento ao seu desempenho no mercado norte-americano. Segundo Héctor Nuñez, ex-presidente do Walmart Brasil, e hoje executivo do grupo, deverão ser inauguradas cerca de 40 pequenas lojas nos próximos anos nos EUA, inspiradas justamente nas operações menores do Walmart na América Latina. O executivo responsável pela operação do Walmart no sul dos Estados Unidos (Flórida e Porto Rico) está ansioso. "Já atuei no Brasil e conheço o mercado. Agora terei outros desafios numa operação de outra escala", disse.

 

O especialista do grupo Trevisan, no Brasil, explica o plano da rede internacional e comenta o método: "deve crescer tanto de forma orgânica quanto por aquisições". Para ele, é preciso analisar como a rede está de olho em diluir seus aportes: "eles estão querendo colocar 2/3 [do investimento] no mercado americano e 1/3 no mercado internacional que vêm crescendo como Brasil, México e China". Diferentemente do concorrente francês Carrefour, com prejuízo no Brasil, o Walmart teve lucro, de modo global, de US$ 6,89 bilhões (US$ 1,84 por ação) no primeiro semestre, o que representa avanço de 6,6% sobre o resultado um ano antes, favorecida também por bons números de unidades fora dos EUAs.

 

Veículo: DCI


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