Na média do País, estima-se que 45% da safra de algodão que será cultivada a partir de novembro deste ano e colhida em junho de 2011 já esteja negociada. Em algumas regiões, como no oeste da Bahia, esse percentual já está em 60%, com previsão de atingir 80% nos próximos meses.
O percentual atual de venda antecipada é equivalente a um volume de 750 mil toneladas da pluma. Ou seja, 45% de uma colheita esperada de 1,65 milhão de toneladas, ante as 1,12 milhão de toneladas da realizadas nesta temporada, segundo dados da Safras & Mercado.
No segmento, a expectativa é que a colheita de 2011 seja resultado de uma área plantada entre 20% e 30% maior e de um clima favorável, Miguel Biegai Júnior, analista da Safras.
Segundo a primeira estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a safra 2010/2011, o incremento da área plantada de algodão será entre 21,9% e 29,1%, o que equivale a um acréscimo de 182,7 mil hectares a 243,1 mil.
No entanto, o avanço da área plantada pode não ocorrer na dimensão esperada. Pelo menos em Mato Grosso, maior produtor nacional da pluma, a intenção de cultivo era de 750 mil hectares, mas por causa do atraso do plantio de soja, devido à estiagem, há chances de os cerca de 200 mil hectares que seriam cultivados no regime de safrinha, após a colheita da soja precoce, serem reduzidos a zero. Com isso, a área total de algodão em Mato Grosso cairia para cerca de 540 mil hectares, segundo Pierre Marie Jean Patriat, presidente da Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso (Aprosmat).
Para Haroldo Cunha, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão, não haverá redução na área mato-grossense porque a cultura avançará nesta safra em parte da área destinada à soja.
Na Bahia, onde o algodão é cultivado apenas na safra principal, o crescimento da área plantada está garantido, diz João Carlos Jacobsen, vice-presidente da Associação Brasileira de Algodão (Abrapa).
Veículo: DCI