O Grupo Bonduelle inaugurou ontem, em Cristalina, a 130 quilômetros de Brasília, a primeira fábrica de ervilhas frescas e milho doce a vapor da América Latina. O grupo francês irá investir R$ 120 milhões na unidade sul-americana do, que gerará 600 empregos diretos e 3 mil indiretos nas áreas agrícola, industrial e comercial. O produto que será fabricado no País apresentará um novo conceito de alimentos em conserva. A Bonduelle de Cristalina adotou práticas socioambientais de estímulo como diferencial de atuação no mercado.
O cenário brasileiro foi um fator preponderante para a instalação da empresa no Brasil, explica o diretor-geral do Grupo Bonduelle, Pierre Deloffre. "O País tem um clima tropical que favorece a produção contínua da Bonduelle, o que não acontece nos países de clima temperado como o da Europa", ressaltou o executivo.
Outra questão que foi levada em consideração é que o Brasil será a porta de entrada dos produtos Bonduelle no Mercosul. "A partir daqui, vamos investir em novos mercados, como Paraguai, Argentina e Uruguai", explica o executivo.
O diretor-geral da Bonduelle Development, Benoît Bonduelle, acrescentou que a imagem atual do Brasil no mundo é a do país que melhor atravessou a crise mundial. "O Brasil provou o seu dinamismo econômico ao mundo", disse ele.
A filial brasileira vai utilizar técnicas de irrigação e fertilização do solo, ao uso de modernas práticas operacionais, visando o baixo consumo de energia.Na prática, a Bonduelle vai cultivar juntamente, com seus legumes, uma grama que cresce cerca de dois metros de altura - conhecida como "Grama Elefante". Essa planta irá servir de combustível para suas caldeiras, fornecendo todo o vapor necessário aos processos industriais utilizados, diminuindo o uso de eucalipto de procedência sustentável.
A Bonduelle dividiu o cronograma de sua instalação em três fases: a primeira será consolidada em cinco anos, com a produção de enlatados; em seguida a empresa vai expandir para congelados; e a última fase será de adequação do produto fabricado no Brasil para exportação. Para o diretor industrial da Bonduelle Brasil, João Alves Neto, a entrada da fábrica no País irá baratear os custos, fazendo com que a empresa faça habitual o uso de seus produtos junto a novos consumidores. "Vamos atingir outros níveis de consumidor, com preços bem mais acessíveis, podendo competir com os produtos locais oferecidos no mercado brasileiro", afirmou.
Veículo: DCI