A busca pela facilidade tem tornado cada vez mais comum no mercado ver a criação de centros de convenções sendo construídos dentro ou próximo de shopping centers e, com a ampla capacidade do mercado de eventos corporativos em todo País, investidores voltam os olhos para outros polos. Prova disso é que o recém-inaugurado Manaus Plaza Centro de Convenções prevê que até o fim do ano sejam realizados 30 eventos. A expectativa de crescimento em 2011 é de 37% mais. Operando em sistema de multifuncionalidade com o Manaus Plaza Shopping, o empreendimento representa uma inovação para a cidade, que apresenta, hoje, um dos crescimentos mais acentuados do mercado de eventos corporativos em todo o Brasil.
O local conta com uma área de 4.000 m² totalmente climatizada e provida de equipamentos de última geração. Com dois meses de funcionamento, já passaram por ali cerca de 50 mil pessoas. "Na verdade, trata-se do primeiro espaço planejado para funcionar como uma área de eventos, com infraestrutura completa e a mais moderna tecnologia do setor e que já apresenta resultados de grande sucesso. Temos uma média diária de cinco consultas para locação e estamos com uma agenda bem concorrida para o ano que vem", afirma a gerente-geral Camila Sampaio.
O Manaus Plaza, que teve como planejador Winston Chagas, responsável também pelo projeto do Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo, afirma que o espaço representa um negócio que deve movimentar o setor e é uma alternativa para quem quer fugir das grandes metrópoles.
"Manaus está sendo cada vez mais valorizada, conta com incentivo fiscal e pode crescer ainda mais", diz. Segundo ele, o problema é que a cidade enfrenta dificuldades logísticas por conta dos serviços de transporte. Apesar de estar dentro de um shopping, a 20 minutos do aeroporto e a dez minutos de centro da cidade, é preciso investir no acesso.
"Os centros de compras são atrativos e o turismo de negócios, seja em que região for, contribui para aquecer a economia da região, pois os visitantes e expositores utilizam serviços de transporte, alimentação, hospedagem, visitam centros comerciais e culturais. É preciso que o governo considere isso com atenção", justifica Winston Chagas, que aponta incentivos feitos no exterior, como descontos para visitantes em bares, restaurantes e museus, como uma ferramenta chamativa para atrair a atenção e aquecer a economia do mercado.
Chagas acredita que empreender eventos dentro ou próximo de centros de compras é atualmente uma das mais acentuadas tendências dos malls, "porque você agrega infraestrutura, serviços e mão de obra qualificada". Na capital paulista, por exemplo, o pioneiro, o Centro de Convenções Frei Caneca, do qual Chagas é diretor, atrai cerca de 15 mil pessoas semanalmente.
Inaugurado em agosto de 2000, o espaço fica localizado nas imediações da Avenida Paulista, uma das regiões mais movimentadas da capital, e faz parte de um empreendimento que abriga um shopping, dois teatros, nove salas de cinema, estacionamento, e um centro gastronômico com três restaurantes mais 18 opções de alimentação. Com 6.900 m² de área útil, 10 salas modulares capazes de acomodar de 50 a 2.000 pessoas sentadas e um auditório com 600 lugares, o centro de convenções, hoje, registra taxa de ocupação de 74,7%, com uma média de 80 eventos por ano.
"Os shoppings estão se rendendo à força econômica dos eventos de negócios, destinando parte de sua infraestrutura à realização de congressos, simpósios, convenções e feiras em geral. É possível notar um forte movimento dos centros de compras nesse sentido, uma vez que se agrega ao evento uma estrutura multicultural, como lazer, compras, conveniência e alimentação", afirma Winston Chagas.
Busca por espaços
Na opinião de Chagas, os organizadores buscam mais por espaços com estas características - o que justifica a agenda do Frei Caneca que, hoje, trabalha com datas para 2014 - até para evitar transtornos como o trânsito da capital. "O problema de logística em São Paulo precisa ser tratado com seriedade", assevera.
O diretor afirma, ainda, que um espaço multicultural também atrai o mercado, pois "os empreendedores brasileiros já perceberam que oferecer um espaço adequado para a realização de eventos gera aumento do fluxo de pessoas nas dependências, e, consequentemente, o consumo".
No Frei Caneca o crescimento anual varia de 15% a 17% . "O aquecimento do setor é tanto que é difícil atender toda a demanda", afirma Chagas. Para ele, no entanto, é imprescindível que o espaço se adapte à competitividade do mercado. Na prática, isso significa poder oferecer elevadores de carga, acesso à internet e serviço de manutenção e operacional.
E parece que empreendimentos neste segmento tendem mesmo a crescer. A capital paulista, aliás, abriga outros espaços similares, como o Expo Center Norte que, além de ter sido erguido ao lado de um dos shoppings de maior movimento da cidade, fica às margens da Avenida Marginal, uma das principais vias de acesso a estradas estaduais e federais; ao lado do terminal rodoviário e da Estação Tietê do metrô, e é vizinho do Campo de Marte, ideal para quem utiliza avião particular e táxi aéreo. Com área total de 98.000 m², o espaço recebe mais de 1,7 milhão de pessoas por ano.
"Não diria que é uma tendência do mercado atuar com centros de convenções que funcionem próximo de shoppings, diria apenas que, no nosso caso, é", limita-se a dizer o diretor do espaço Sérgio Pasqualin. O local, considerado um dos maiores do País e que iniciou operações em 1993, com 30 mil metros quadrados, hoje estuda nova ampliação. Com um pavilhão de 85 mil metros quadrados para exposição, 23 auditórios, um amplo estacionamento, centro de alimentação e salas moduladas que permitem a realização de eventos de pequeno, médio e grande porte, o local é um dos mais procurados do Brasil e possui poucas datas disponíveis, o que comprova o bom desempenho do setor.
Veículo: DCI