Para pelo menos uma empresa do setor de papel, a crise parece não ter chegado. O vice-presidente da Internacional Paper (IP), Maximo Pacheco, afirmou que os projetos da empresa estão dentro do calendário. "O que esperamos é continuar produzindo papel em 2009", disse. Segundo o empresário, os Estados Unidos Já estão em crise desde ano passado, quando o país enfrentou o problema com as hipotecas. "A crise já existe há algum tempo, mas nenhuma delas dura para sempre", afirmou Pacheco, que completou ao dizer que a empresa ainda não sentiu qualquer tipo de queda da demanda nesse período.
Para a indústria de transformação do papel a crise afeta os planos das empresas para o ano de 2009, é o que afirma o membro do Conselho de Administração da Melhoramentos e presidente da Abigraf, Alfried Plöger. Ele diz que a crise forçou as empresas a rever as estimativas de crescimento para o ano que vem, o que atrasou a divulgação do planejamento.
"Aqui na Melhoramentos já tínhamos fechado esses números, mas com o cenário de crise tivemos que segurar essa perspectiva para verificar qual será o desfecho. Trabalhamos com a previsão de crescimento do PIB de 2% e com um índice de inflação controlado, mas um pouco superior ao deste ano", afirma ele. "Na minha opinião, a maioria das empresas definirão os passos a serem dados apenas em dezembro", revela o executivo.
A presidente executiva da Associação brasileira de Celulose e Papel, Elizabeth de Carvalhaes, confirma a desconfiança das empresas do setor quanto aos efeitos da crise sobre o mercado consumidor ao afirmar que as companhias ainda irão avaliar a conjuntura que será apresentada em 2009. A atenção está focada na disparada do dólar, pois o papel e a celulose são tratados como commodities e, por isso, têm seu preço regulado pela moeda norte-americana.
Veículo: DCI