Loja própria cresce na indústria de eletrônicos

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Para aumentar a capacidade de vendas no País, os fabricantes de eletrônicos têm investido em lojas próprias para aumentar o contato com o consumidor final. Empresas como Apple, Nokia e Sony expandiram suas atividades diretas e esperam abocanhar um pedaço da indústria de eletrônicos, que deverá vender 12,8 milhões de unidades entre celulares, computadores e pequenos aparelhos portáteis este ano no País. Os números de vendas dos equipamentos foram divulgados pela International Data Corporation (IDC) e estimam que o Brasil venderá 16% a mais do que no ano passado, quando as vendas atingiram 10,8 milhões de unidades.

 

Luciano Crippa, analista do setor de PCs da IDC, explica que o bom desempenho da categoria está relacionado à isenção de impostos para o segmento e à facilidade de novas linhas de crédito, principalmente no varejo e nos programas nacionais de inclusão digital para professores. "No segmento doméstico temos um resultado claro da substituição dos desktops pelos portáteis, que oferecem mobilidade, portabilidade e autonomia de bateria cada vez maior", acrescenta Crippa.

 

Diante desse cenário otimista, a Apple já começou a plantar no Brasil sementes da famosa maçã, símbolo do produto. Em parceria com a Fnac, o grupo montou a maior loja da Apple na América Latina. A iniciativa, que fica no Morumbi Shopping, busca trazer alternativas e conforto ao cliente.

 

Além do grande ponto-de- venda no shopping Morumbi, a Apple já havia fechado acordo com outras grandes redes do varejo (entre as quais Livraria Saraia, Herval, Grupo TVM e Fast Shop); ao todo, a rede norte-americana conta com 16 lojas no Brasil, que foram inauguradas nos últimos dois anos nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul e Bahia.

 

Batizadas de APR (Apple Premium Resellers), essas unidades atuam como revendas da marca, trabalhando com toda a gama de computadores Mac, além da linha iPod e acessórios. A loja-conceito da Apple oferece ainda aos consumidores uma espécie de test-drive em todos os produtos da marca, além de assistência técnica, demonstrações e treinamentos. Todo o projeto da APR foi desenvolvido com o objetivo de levar o "mundo do Mac" até o consumidor, por meio de experiências diferenciadas no ponto-de-venda.

 

Recorde de vendas

 

Responsável pelas lojas na Região Sul, o grupo Herval, que tem lojas em Porto Alegre e Caxias do Sul, assume que a Apple é a empresa mais rentável dentro do mercado americano e tem um grande potencial de crescimento no Brasil. "Quando inauguramos a iPlace de Porto Alegre, ficamos próximos de bater o recorde mundial de vendas da Apple registrado no período de lançamento de uma APR", afirma Germano Grings, vice-presidente do Grupo Herval.

 

Especialistas estimam que, atualmente, cada uma das 16 lojas da Apple no Brasil venda em média 30 máquinas por semana. "Ainda assim, o faturamento é bom porque as APRs são lojas de artigos de alto valor, então mesmo vender poucos compensa. Contudo, com as vendas de acessórios e complementos de linha exclusivos, acreditamos ter um bom retorno de investimento no médio e longo prazo", avalia o vice-presidente do grupo, que em breve vai inaugurar outra loja da marca em Florianópolis.

 

Além da Apple, outras gigantes da industria de eletrônicos também acreditam nas lojas próprias como foco de vendas. Para Nelson Barrizzelli, mestrando em Economia e Marketing e analista de mercado, todas as grandes já perceberam que a criação de espaços próprios é um ganho para o cliente. "Com a criação de espaços próprios, e com pessoal treinado, os grandes fabricantes de eletrônicos dão um passo gigantesco em direção ao novo perfil de consumidor, que busca entender profundamente as características do produto que irá comprar. As novas lojas próprias da Apple, e até as da Sony, trazem esse diferencial de dar ao consumidor um conhecimento do produto, muito diferente das prateleiras com marcas diversas."

 

Nokia investe no Rio

 

Acompanhando o mercado mundial e percebendo a nova tendência de vendas, o presidente brasileiro da Nokia, Almir Luiz Narcizo, já deu seus primeiros passos em busca de lojas próprias. A primeira unidade do grupo, que será no BarraShopping, Rio de Janeiro, faz parte da nova estratégia global da companhia. "O mercado de soluções móveis mudou bastante nos últimos anos. Com essa nova ação, passamos a alcançar vários lugares do mundo, com o melhor em serviços e produtos, além de um atendimento personalizado", disse.

 

"A abertura da loja no Rio é um primeiro passo. Futuramente, teremos a marca Nokia em vários pontos do País", estima o executivo. Desde o início do ano, a Nokia está reformulando sua estratégia de varejo em todo o mundo, com uma série de ações. Isso inclui novos tipos de loja e mais unidades. Um dos países escolhidos pela Nokia para dar início a essa nova empreitada foi o Brasil: nos últimos três anos, a marca Nokia tem seguido entre os dez maiores mercados da empresa em todo o mundo.

 

Franquias

 

Entre as novidades que serão utilizadas primeiramente no Brasil está o uso de franquias e quiosques. "O processo de seleção de franquias está em andamento. Esperamos ter de uma a três franquias de lojas Nokia até o fim do ano", explica Fernando Rheingantz, gerente de Varejo da Nokia. As franquias de lojas Nokia passarão pelo mesmo treinamento das lojas próprias e terão o mesmo serviço e padrão de qualidade.

 

Além das franquias, a Nokia passará a ter também quiosques, minilojas situadas em corredores de shopping. Este é um projeto piloto da Nokia global, e sua primeira implementação será no Brasil. "Teremos uma experiência única em quiosques Nokia, em ambientes abertos e totalmente interativos", revela Rheingantz. Os quiosques serão inicialmente usados no Brasil e, posteriormente, podem ser adotados em outros países em que a Nokia atua.

 

Veículo: DCI


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