Maço de cigarro terá imagens chocantes nos EUA

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Altria, Reynolds American e outras fabricantes de cigarros nos Estados Unidos terão de colocar imagens, como pulmões não saudáveis e cadáveres, nos alertas em seus maços e nas propagandas para destacar os riscos do fumo.

 

Como parte da maior mudança nas regras de comercialização de tabaco em 25 anos, nove rótulos mostrarão os malefícios à saúde, segundo anunciou ontem a Agência de Remédios e Alimentos (FDA, na sigla em inglês). Os avisos, exigidos por lei aprovada em 2009, são um passo importante para reduzir as doenças relacionadas ao cigarro, afirmou a comissária da FDA, Margaret Hamburg, em entrevista coletiva.

 

A agência fará consultas públicas para selecionar as imagens a partir de 36 sugestões, em junho de 2011. A meta é reduzir o índice de fumantes nos EUA, atualmente em 21%, para 12% em dez anos. A partir de 22 de outubro de 2012, os cigarros não poderão ser vendidos nos EUA sem os rótulos com as imagens, associadas a frases como "Fumar pode matar".

 

Entre as imagens propostas há fotos de cadáveres, dentes apodrecidos, pulmões com câncer e criança expostas à fumaça dos cigarros. As imagens cobrirão 50% da parte da frente e de trás dos maços e 20% dos anúncios impressos. Atualmente, os maços e anúncios nos EUA trazem uma frase de alerta, sob federal em vigor desde 1984.

 

Canadá, Reino Unido e Brasil e outros 35 países exigem alertas com imagens sobre os males do cigarro, segundo dados da Campaing for Tobacco-Free Kids, organização com sede em Washington. De cada cinco fumantes canadenses, um informou ter reduzido o fumo como resultado dos alertas com imagens, segundo estudo realizado com mais de 600 pessoas.

 

"Isso provavelmente terá certo impacto repressivo nas pessoas que ainda não são fumantes inveteradas", afirmou Thomas Russo, que administra mais de US$ 3 bilhões na Gardner Russo & Gardner, em Lancaster, Pensilvânia. "O mercado para os fumantes fiéis continuará, mas isso diminuirá o recrutamento de novos fumantes", disse Russo, cuja fundo de investimentos tinha 6,6 milhões de ações da Altria em 30 de setembro, segundo dados da Bloomberg.

 

A FDA também considerará exigir que os alertas incluam informações de contatos que ajudem os fumantes a parar de fumar, como números de telefones gratuitos, afirmou Hamburg.

 

A Philip Morris USA, da Altria, rompeu com as rivais Reynolds e Lorillard Tobacco e apoiou a lei, como forma de padronizar as exigências de produção e incentivar o desenvolvimento de produtos menos nocivos com tabaco. Robert Bannon, porta-voz da Lorillard, não quis comentar. A Reynolds está avaliando a proposta da FDA, segundo David Howard, porta-voz da empresa.

 

Reynolds e Lorillard estão entre as empresas de tabaco que tentam derrubar a lei de 2009 sobre a exigência de imagens. A Altria não faz parte desse processo.

 

Veículo: Valor Econômico


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