Rodovias: Responsáveis por mais de metade da receita das rodovias do grupo, veículos comerciais acompanham a economia e garantem resultado.
Impulsionada mais uma vez por um forte crescimento no tráfego de veículos nas estradas - sobretudo de caminhões - a CCR registrou no terceiro trimestre uma expansão de 23% na sua receita líquida em comparação com o mesmo período do ano passado, totalizando R$ 978,4 milhões. O tráfego de caminhões, que corresponde a pouco mais de metade da receita das rodovias do grupo, cresceu 21,2% no período, e o movimento de veículos leves, 7,2%.
O destaque no trimestre ficou para o aumento do lucro líquido, seguindo em linha com a receita, com aumento de 29,2% em relação ao ano passado, somando R$ 239 milhões. Foi uma melhora de 53% frente o segundo trimestre de 2010, quando ficou em R$ 156 milhões. Essa base de comparação é mais fraca porque o resultado do segundo trimestre foi atingido por fatores não recorrentes - efeito de ativos fiscais diferidos no Rodoanel e marcação a mercado em um hedge da Via Quatro, a linha amarela do metrô. Sem eles, o lucro líquido fecharia em R$ 183 milhões. Desse patamar, o crescimento do lucro ainda ficaria em 30% do segundo para o terceiro trimestre deste ano.
Segundo a empresa, o bom resultado do último trimestre pode ser em boa parte atribuído ao desempenho da economia brasileira. A estimativa é de que a parcela do crescimento relacionada à economia é de 14,3%.
A novidade no grupo este ano foi a aquisição da SP Vias, concessão de 515 km no extremo oeste paulista, com trechos das rodovias Castelo Branco e Raposo Tavares. A operação custou quase R$ 1,3 bilhão, e foi finalizada em outubro. Segundo Marcos Macedo, gerente de relações com investidores do grupo, os impactos dessa operação só poderão ser sentidos no próximo balanço. Do lado receita, nada foi registrado, e do lado do dispêndio o impacto foi registrado em parte - ainda há pagamentos a serem feitos. A dívida líquida do grupo subiu de R$ 3,4 bilhões para R$ 4,2 bilhões, mas ainda há parcelas a serem desembolsadas.
Em 2009, a SP Vias recolheu R$ 300 milhões em receita, com um movimento de 50 milhões de veículos equivalentes - contando cada eixo de um caminhão como uma unidade. A CCR, no mesmo ano, teve receita de R$ 3,09 bilhões e registrou movimento de 631 milhões de veículos. Ou seja, a nova operação aumentaria em 7,9% o volume de veículos do grupo e em 9,7% a receita.
Outra novidade para os próximos trimestres será a entrada em operação da Via Quatro, a linha amarela do metrô paulistano, que ainda funciona parcialmente. A linha está com duas de suas seis estações em atividade, e em horário restrito - das 9h às 15h. Duas novas estações serão inauguradas este ano, e mais duas no primeiro semestre do ano que vem. A operação movimentou no terceiro trimestre cerca de 767 mil pessoas, e rendeu cerca de R$ 1 milhão à CCR. Quando estiver plenamente operacional, trará uma receita de R$ 200 milhões e movimentará 750 mil pessoas por dia.
Veículo: Valor Econômico