Câmbio favoreceu aumento do mix e preços baixos.
Faltando pouco menos de dois meses para o Natal, época mais esperada pelo comércio varejista, as lojas de enfeites e artigos natalinos, já abastecidas, estão próximas do auge de vendas. Os comerciantes do ramo, que em sua maioria optaram por importações diretas, o que garante uma agressiva política de preços e grande oferta de mercadorias, apostam em um incremento de até 20% na demanda na comparação com o ano passado.
"A depender da cotação do dólar, fechada na sexta-feira em R$ 1,7, a festa de milhares de brasileiros neste ano deve ser regada de produtos importados. Entre janeiro e setembro deste ano, o dólar acumulou queda de 2,93%, segundo pesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV)", disse o economista Wagner Vieira.
Na Casa Maia, localizada no bairro de Lourdes, região Centro-Sul de Belo Horizonte, a previsão é de que as vendas sejam até 20% maiores nos próximos dois meses na comparação com igual período de 2009. Os negócios na alta temporada, que vai de setembro a janeiro, representam 60% do faturamento anual da empresa.
Para atrair clientes o proprietário, Alexandre Maia, está investindo em produtos inovadores. "Além dos itens tradicionais, nas cores vermelha, dourada e vinho, estamos oferecendo uma linha diferenciada com artigos em lilás, roxo e azul, por exemplo", informou.
Além das novas opções de cores, alguns produtos prometem inovar a decoração natalina neste ano. "Temos uma árvore invertida, que pode ser colocada tanto no chão quanto no teto, por exemplo. Árvores nas cores preta e branca também são uma novidade. E os bonecos de Papai Noel estilizados têm saído muito", afirmou Maia.
Também foi enviado um comprador da Casa Maia para a China buscando renovar o estoque. "Mas tivemos uma surpresa. Produtos comprados neste ano já sofreram aumento de 10% no preço", informou Maia. Segundo ele, essa elevação foi gerada pela inflação chinesa, mas o valor final não sofreu alteração por causa da baixa do dólar. "Um fator compensou o outro", explicou.
Além disso, para atender a demanda notada nos últimos anos, a Casa Maia passou a oferecer locação de produtos de decoração natalina. "Tanto pessoas físicas quanto jurídicas podem locar desde árvores até adornos para montar a sua decoração de Natal", observou o proprietário.
Segundo ele, todas as novidades trazidas e o novo modelo de negócio incorporado pela empresa fazem com que as expectativas sejam de aumento entre 10% e 20% nas vendas com relação ao ano passado. Para melhor atender os clientes, a empresa dobrou o quadro de funcionários.
Na Casa Futuro, também situada no bairro de Lourdes, o movimento vem crescendo desde meados de outubro. Segundo a gerente da loja, Eliana de Fátima Marques Caldeira, as pelúcias e os bonecos de Papai Noel em formato rústico são os itens mais procurados, mas todos os produtos têm saída.
"Temos demanda por todas as linhas, desde banheiro e cozinha até para decoração de ambientes externos. Com isso, as expectativas são de crescimento entre 8% e 10% nas vendas com relação ao Natal de 2009", afirmou Caldeira.
A Casa Futuro é uma loja de paisagismo e decoração que funciona durante todo o ano. A partir do mês de outubro, ela passa a priorizar os artigos de Natal.
No mesmo formato funciona a loja Hogar, situada no Ponteio Lar Shopping, na região Centro-Sul da Capital. Desde o dia 3 de outubro, a loja funciona em dois ambientes. "Pegamos 80 metros quadrados da loja e mais um quiosque de 100 metros quadrados para abrigar os produtos natalinos", informou a proprietária da empresa, Taciana Mascarenhas Paulino. O valor do aporte exigido para a montagem dessa infraestrutura não é divulgado.
A Hogar oferece o serviço de montagem da decoração natalina na casa do cliente. "Neste ano, a demanda por esse serviço começou no dia 6. Em 2009, o movimento teve início no final de novembro, próximo ao dia 25", lembrou Paulino.
Com a demanda antecipada, a empresária espera um aumento de 30% no faturamento do período com relação ao mesmo intervalo de 2009. Segundo Paulino, nos meses que antecedem o Natal a loja vende 50% a mais do que no restante do ano. Foram contratados 12 funcionários temporários, elevando de 25 para 37 o número de colaboradores da empresa.
A procura no período é tão grande que empresas de outros setores também investem em produtos de decoração natalina. o caso da Crepom Papelaria e Presentes, situada no bairro Serra, região Centro-Sul de Belo Horizonte. Segundo a sócia-proprietária, Magda Duarte, a procura maior é por enfeites pequenos e baratos.
"Mas temos também demanda por enfeites grande para colocar do lado de fora de casa e árvores de Natal diferenciadas", afirmou. A empresa espera vender, no mínimo, 10% a mais no Natal deste ano se comparado com igual período do ano passado.
Veículo: Diário do Comércio - MG