Produtores de trigo farão protestos contra governo da Argentina

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Produtores de trigo da Argentina realizam assembleias nesta semana para discutir protestos contra o governo. Eles reclamam da fraca comercialização em plena colheita de uma safra de 12 milhões de toneladas.

 

A Carbap, entidade que reúne as confederações rurais de Buenos Aires e La Pampa, duas das mais importantes regiões produtoras do país, fará assembleias para avaliar o cenário para os pecuaristas, já que a produção de carne está em baixa.

 

"Há uma grande preocupação pela inexplicável restrição às exportações de trigo", justifica a Carbap na convocação para a assembleia de La Pampa.

 

Segundo a entidade, após a queda na produção em 2008 e 2009, o plantio de trigo está sendo recuperado e, por isso, não se justifica o governo não ter liberado mais licenças de exportação, documento chamado ROE Verde, expedido pela Oficina Nacional de Controle Comercial Agropecuário (Oncca).

 

Estimativas da Bolsa de Cereais de Buenos Aires apontam para uma produção de 12,7 milhões de toneladas de trigo, enquanto o Ministério de Agricultura aposta num volume de 12,5 milhões de toneladas.

 

A Confederação de Cooperativas Agropecuárias (Coninagro) ressalta que fora o volume a ser colhido neste ano ainda existem 1,5 milhão de t da safra anterior. Com isso, a oferta disponível de trigo da Argentina é de 14 milhões de toneladas, das quais, a metade é destinada ao consumo doméstico.

 

O restante é saldo exportável, mas o ministro de Agricultura, Julian Domínguez, já anunciou, no início do mês, que o governo vai liberar a exportação de somente 5,5 milhões de toneladas, justificando que outros 3 milhões de toneladas foram liberados no final de outubro.

 

Contudo, o governo ainda não liberou as licenças, o que limita a comercialização ao mercado interno. Com isso, os preços ficam pressionados, o que preocupa os produtores. "Nos últimos quatro anos o governo tem adotado uma política que privilegia a indústria, já que a transformou no único demandante do trigo em um mercado plenamente abastecido, razão pela qual os moinhos limitam suas compras e provocam a queda de preços no mercado interno", reclamou a Coninagro, na semana passada.

 

Agora é a vez da Carbap levantar a voz. "Vamos discutir medidas de força por causa da falta de transparência no mercado do trigo", diz Alberto Frola, presidente da entidade. Ele detalhou que a comercialização de trigo enfrenta sérias dificuldades desde 2007, devido à intervenção que limita a exportação e pressiona o preço.

 

Veículo: DCI


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