Quebra esperada não ocorreu e citricultor volta a investir em novos plantios no Estado de São Paulo, o maior produtor
A citricultura paulista, responsável por 80% da produção nacional e pela liderança do Brasil em exportação de suco de laranja, volta a viver um bom momento. Os números da safra 2009/2010 no Estado mostram que a produção, de 318,6 milhões de caixas de 40,8 quilos, embora menor que a da safra passada, não teve a quebra esperada por causa da longa estiagem do meio do ano.
Em outros países a produção também caiu e a cotação do suco melhorou. Conforme analistas, com menos laranja no mercado, o produtor tem garantia de melhor preço. Para o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado, João Sampaio, o levantamento mostrou que o citricultor voltou a investir. Um terço da área é de pés novos, plantados de quatro anos para cá. "Significa que o produtor está acreditando e partindo para um novo modelo, com pomares adensados, com mais plantas por hectare e muitas áreas irrigadas."
Doenças e preços baixos. Depois de enfrentar a crise provocada pelo avanço de doenças como o greening e pelos preços baixos, principalmente na última safra, o setor reagiu, avalia o secretário. Os resultados da pesquisa revelam que os citricultores devem plantar, de imediato, quase 10 milhões pés de laranja em 20.500 hectares.
A área ocupada com laranja no Estado soma 620.146 hectares, com densidade de plantio da ordem de 406 pés por hectare. Os pomares com menos de 4 anos têm 503 plantas/hectare, e os mais antigos, acima de 8 anos, até 350 pés/hectare.
Os novos plantios, em sua maioria, serão executados pelos grandes produtores em áreas de expansão recente, nas regiões de Mogi-Mirim, Lins, Marília e Sorocaba. Os citricultores estão aderindo a novas técnicas na condução das lavouras, como adensamento, podas e irrigação.
Eles também pretendem renovar cerca de 36 mil hectares do parque laranjeiro, mas os plantios podem ocorrer em áreas diferentes daquelas hoje ocupadas com laranja em regiões mais suscetíveis aos problemas fitossanitários. "Está havendo migração da atividade, da região central e, em menor escala, do norte, onde há mais doenças, para o sudoeste e centro-oeste, onde há menos pragas", disse o secretário.
Veículo: O Estado de S.Paulo